Eixo Anhanguera atropelou cinco pessoas ano passado

Conforme a Metrobus, desatenção das vítimas foi a principal causa

Postado em: 18-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Conforme a Metrobus, desatenção das vítimas foi a principal causa

Renan Castro

Implantado em 1976 para melhorar o transporte coletivo de Goiânia, o Eixo Anhanguera é também o principal corredor que alimenta o sistema da Região Metropolitana da capital. Com 13,5 quilômetros de extensão, a linha percorre diferentes bairros da cidade e recebe cerca de 200 mil passageiros por dia. Mesmo com a velocidade máxima entre 40 e 45 quilômetros por hora e circulando em um corredor exclusivo, os ônibus do Eixo se envolvem em acidentes de trânsitos, muitas vezes, fatais. 

Não é incomum nos terminais e plataformas por onde passam o Eixão avistarmos passageiros circulando fora da faixa de pedestres. Outros se arriscam ao tentarem entrar no ônibus quando as portas estão fechando.  

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Em 2016, cinco pessoas foram atropeladas pelo Eixo de acordo com a Metrobus. Uma delas morreu e as outras quatro tiveram ferimentos leves. Segundo a empresa, os atropelamentos ocorreram por desatenção das vítimas, por exemplo, ao ignorarem os sinais de passagem nos semáforos. Todos os casos receberam acompanhamento por meio de uma assistente social, conforme a Metrobus.

Casos recentes

Em abril do ano passado, um idoso morreu após ser atropelado por um ônibus do Eixo Anhanguera, no Terminal do Dergo, no Setor Aeroviário, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, Joaquim Jorge da Silva, de 62 anos, estava em uma bicicleta na faixa de pedestre quando foi atingido.

O idoso foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O ônibus seguia no sentido Terminal Padre Pelágio – Novo Mundo. O motorista permaneceu no local e foi submetido ao teste do bafômetro, o qual constatou que ele não havia ingerido bebida alcoólica.

Em outubro de 2015, o jornalista Renato Dantas, de 26 anos conduzia um veículo que colidiu com um ônibus do Eixo Anhanguera, no cruzamento da Avenida Goiás com a Avenida Anhanguera, no Centro da capital. O jovem teria furado o sinal vermelho e ocasionou o acidente.

A força da colisão fez com que os veículos batessem contra um prédio onde funciona uma agência bancária. Cerca de oito pessoas estavam no ônibus, mas de acordo com o Corpo de Bombeiros, tiveram somente pequenas escoriações e não precisaram ir ao hospital. Já Renato ficou preso nas ferragens, não resistiu e morreu no local antes da chegada de socorro.

Passageiros

A segurança dos passageiros é outro assunto que chama a atenção. Uma freada brusca pode provocar a queda de alguém que esteja em pé ou fazer com que o passageiro que estiver sentado seja projetado para frente e se machuque ao bater contra o banco do ônibus. Essa é uma situação comum de quem precisa utilizar o famoso “Eixão”, como é conhecido. 

A estudante Letícia Oliveira, 25, utiliza o Eixo Anhanguera com frequência. A principal reclamação que ela faz refere-se a falta de cinto de segurança. “É difícil nos protegermos dentro do ônibus. Uma criança ou um idoso não consegue se segurar quando o ônibus freia, e é jogado longe”, afirma. Ela destaca que os ferros que servem para os passageiros se segurarem não são suficientes para dar segurança. “Como o ônibus é articulado ele mexe demais e quase não consigo me segurar quando estou em pé”, conta.

Conforme o inciso IV, do artigo 2º, da Resolução Nº 14/1998 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), os veículos de transporte de passageiros em percurso que seja permitido viajar em pé não são obrigados a estarem equipados com cintos de segurança.

A auxiliar administrativa Eufrásia da Silva, 23, conta que muitos motoristas param longe da plataforma. “As portas abrem e fecham muito rápido e faz com que as pessoas se machuquem”, ressalta. 

De acordo com a Metrobus, responsável por administrar o Eixão, a empresa realiza periodicamente palestras de conscientização e avaliações práticas regulares aos motoristas e foca “sempre a melhora na sua direção defensiva”. 

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