Apenas 77 pessoas de mais de 6 milhões tiraram nota máxima na redação do Enem

O número de notas máximas foi bem abaixo das 104 registradas em 2015

Postado em: 18-01-2017 às 19h00
Por: Toni Nascimento
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O número de notas máximas foi bem abaixo das 104 registradas em 2015

Apenas
77 pessoas tiveram nota mil, a nota máxima na redação do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem), conforme balanço divulgado hoje (18) pelo Ministério da
Educação (MEC). O número de notas máximas foi bem abaixo das 104 registradas em
2015. De acordo com o MEC, 6,1 milhões de estudantes fizeram o exame em 2016.

Os
temas das redações do Enem foram “Caminhos para combater a intolerância
religiosa no Brasil”, nos dias 5 e 6 de novembro, quando a maior parte dos
candidatos fez a prova; e “Caminhos para combater o racismo no Brasil”, nos
dias 3 e 4 de dezembro. Em 2016, devido às ocupações de escolas e universidades
por grupos contrários a mudanças educacionais no Brasil, o Enem foi adiado para
alguns participantes.

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“Acho
que é algo absolutamente esperado. Como tem populações diferentes todos os anos
fazendo o Enem, essa comparabilidade de medias tem que ser cuidadosa porque as
populações são diferenciadas”, ponderou em coletiva de imprensa a presidente do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
Maria Inês Fini.

Para
a secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro, o desempenho
na redação está também ligado ao desempenho em linguagens. A prova de
linguagens, no Último Enem, registrou a menor nota mínima (287,5) e a menor
nota máxima (846,4). “Há, claramente, um desempenho mais insuficiente em
linguagens do que nas outras áreas, o que reforça o que as avaliações nacionais
já indicam, que é a enorme dificuldade de leitura e escrita dos nossos alunos”,
segundo a secretária.

A
prova de redação é a única de caráter subjetivo no Enem. Os estudantes são
avaliados, entre outros critérios, quanto ao domínio da escrita formal da
língua portuguesa, à compreensão e aplicação de conceitos nas áreas de
conhecimento, à organização e interpretação de informações e à elaboração de
proposta de intervenção.

A
queda no número de redações nota mil vem sendo constatada ano a ano. De acordo
com dados do ministério, o número de redações nota mil equivale a 0,001% dos
que fizeram a prova. Em 2015, as 104 redações com nota mil representaram 0,002%
do total de participantes do exame. Em 2014, foram 250 candidatos com nota mil,
equivalentes a 0,004% dos participantes da prova. Em 2013, o número foi ainda
maior: 481 candidatos obtiveram nota mil na redação, ou 0,009% do total.

Mesmo
com queda na quantidade de notas máximas, o grupo que tirou entre 901 e 999
aumentou em relação ao ano anterior. Foram 55.869 provas nessa faixa de notas,
ante 47.770 em 2015 e 35.719 eno Enem de 2014.

Na
outra ponta, segundo o MEC, 291.806 candidatos tiraram nota zero ou tiveram a
redação anulada no ano passado. Eles não poderão participar dos programas de
seleção para vagas no ensino superior da pasta este ano.

Provas
do Enem

O
MEC divulgou os desempenhos máximos e mínimos em cada prova do Enem. Na
avaliação do Inep, o desempenho dos participantes, especialmente dos
concluintes do ensino médio, mantém-se constante desde 2008. “O desempenho em
todas as áreas está absolutamente estagnado. Não estamos conseguindo fazer com
que nossos estudantes do ensino médio aprendam”, afirmou Maria Inês.

Em
ciências humanas, a maior nota foi 859,1 e a menor 317,4; em linguagens, as
notas variaram entre 287,5 e 846,4; em matemática, a variação foi entre 309,7 e
991,5;  e em ciências da natureza, entre
316,5 e 871,3.

Considerando
a média total, os participantes obtiveram as maiores médias em ciências humanas
(533,5), seguindo-se linguagens (520,5), matemática (489,5) e, por último,
ciências da natureza (477,1).

Dos
8.630.306 inscritos no Enem-2016, 2.494.294 (28,90%) faltaram ao exame. Além
disso, 3.942 (0,05%) foram eliminados no primeiro dia e 4.780 (0,06%), no
segundo dia, por desrespeitar as regras do exame, seja por preencher
incorretamente o cartão de respostas ou 
portar materiais indevidos. 

(Agência Brasil)

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