Muitas pichações e poucas denúncias
Delegacia de Meio Ambiente registrou apenas duas ocorrências em todo o ano de 2016. A orientação é que a população não deixe de denunciar as inscrições
Por: Sheyla Sousa
![Imagem Ilustrando a Notícia: Muitas pichações e poucas denúncias](https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/bbd4cc5968e3dfd30f1382159020adc5.jpg)
Wilton Morais
Basta andar um pouco pelas regiões mais nobres da cidade, que logo se encontra diversas pichações na cidade. Na maioria das vezes a população já até se acostumou com a visão que se tornou um contraste da cidade. As inscrições são um crime ao meio ambiente e desagradam os proprietários de estabelecimentos. Conforme o titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), Luziano Carvalho, de 2 mil pontos pichados, apenas duas ocorrências foram realizadas.
Na Avenida 83 no Setor Sul, a consultora de equipamentos para educação física Marcela Porto, relata que após a inauguração do estabelecimento, em maio do ano passado, os grupos – como são chamado os pichadores, marcaram a parede da loja. “Não quisemos tomar nenhuma medida. Se pintar vem alguém e picha de novo”, disse a consultora.
Na rua do lazer no Centro da cidade, a proprietária de uma loja de óculos, Ana Lúcia, conta que solicitou a prefeitura para que as portas da loja fossem pintadas por grafiteiros. A intenção era inibir a atuação dos grupos de pichadores. “Pintaram todas as portas da loja. Mas não resolveu”, disse Ana. Uma das soluções encontradas por muitos comerciantes foi colocar cercas elétricas. A idéia é impedir o acesso dos grupos a partes mais elevadas dos estabelecimentos. “Mesmo assim, o máximo que fica sem pichações é no período de um mês”, conta a proprietária da loja.
Denúncia
A reportagem do jornal O Hoje procurou diversos comerciantes da Capital sobre a realização de denúncias. Praticamente todos os questionados nos setores Marista, Sul e Centro nunca registram ocorrência. “É feio, mas também não me incomoda. Tínhamos um grafite aqui, depois que tiramos, apareceu à pichação. Mesmo assim, não fizemos denúncia”, disse a secretaria de uma auto-escola.
O delegado Luziano relata que muitos grupos de pichadores já são identificados. “Praticamente temos que buscar a vítima. As inscrições começaram a voltar por agora de forma tímida, não está acentuado como era antes”. Segundo o delegado, de 2014 até o presente ano, foram identificados 425 suspeitos do crime. Os mesmos foram indiciados por organização criminosa e pichação. “Na semana passada ouvimos três pichadores. Eles eram mais velhos com idade entre 20 e 23 anos. De sete integrantes. Um virou grafiteiro, outros estão presos. Acabou a pichação, o grupo caminhou para outros crimes”, explica Luziano.
Grupos
Ao analisar as imagens retratadas pela reportagem, o delegado apontou que na imagem do restaurante da Avenida 83, a pichação é recente. Datada em 2016, o grupo responsável é denominado como ‘Diversão Noturna’. Na imagem da loja de equipamentos para educação física, o escrito – ‘Barril’ – e a pichação da auto-escola – ‘Guru e Santo’, foram analisados pelo delegado que informou se tratar de novas pichações.
Na loja de óculos, na rua do lazer, o delegado definiu as inscrições como bagunça. “Mesmo assim temos como identificar quem as fez”, disse. Apesar do combate, o delegado informou que alguns grupos e integrantes mudam de apelidos, na tentativa de driblar novas investigações.