PF desmantela grupo que falsificava agrotóxico

Bando vendia o produto adulterado por até R$ 1,2 mil. A PF acredita que a quadrilha atua no contrabando há cinco anos

Postado em: 26-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Bando vendia o produto adulterado por até R$ 1,2 mil. A PF acredita que a quadrilha atua no contrabando há cinco anos

Renan Castro

A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem (25) a Operação Poison Cachè com objetivo de combater o contrabando e a adulteração de agrotóxicos no Estado de Goiás. As investigações começaram no final do ano de 2015 e um grupo criminoso que promove o contrabando de agrotóxicos de origem chinesa por meio da fronteira do Paraguai com o Brasil foi identificado.

Depois de contrabandeados, o agrotóxico chinês era misturado artesanalmente com produtos nacionais e, logo após, comercializados como se fossem originais, mediante a utilização de embalagens reaproveitadas. Um dos produtos mais utilizados para a mistura era o veneno de rato que, de acordo com a PF, pode contaminar o lençol freático e causar câncer. O grupo revendia de maneira irregular embalagens de agrotóxicos que, por lei, não poderiam ser utilizadas novamente, além de precisarem ser descartadas em locais apropriados onde não agrida o meio ambiente. A polícia conseguiu identificar responsáveis por vender embalagens para os criminosos.

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O nome da operação faz alusão à expressão francesa Poison Cachè que em português quer dizer “Veneno Oculto”, devido às características e qualidade das substâncias químicas que são aplicadas no cultivo dos alimentos consumidos. 

Cerca de 110 policiais federais começaram a cumprir 46 ordens judiciais expedidas pela Justiça Federal de Itumbiara. Desse total, 15 eram mandados de prisões preventivas, 22 de busca e apreensão e 09 de condução coercitiva. Na parte da manhã de ontem, 12 pessoas foram presas. Ao longo do dia, todos os mandados de busca e apreensão foram cumpridos e cinco pessoas tiveram de ser conduzidas coercitivamente. 

As diligências foram executadas em Goiás nas cidades de Goiânia, Edéia, Joviânia, São Luís de Montes Belos, Itumbiara, Bom Jesus de Goiás, Morrinhos, Santa Helena de Goiás e Pontalina. No Distrito Federal, os mandados judiciais foram cumpridos em Planaltina. 

A PF acredita que a quadrilha atua no contrabando há cinco anos. “Eles compravam o quilo do agrotóxico por R$ 300, R$ 400 e vendiam por R$ 1,2 mil. Só que como eles misturavam outras coisas, faziam o produto render”, disse o delegado. Todos os envolvidos poderão ser indiciados por crimes como estelionato, organização criminosa, contrabando, crime ambiental, pirataria e crime contra a economia popular. 

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