Falta remédio para diabéticos na farmácia municipal

Caio Marx

Diabéticos que precisam de insulina reclamam da falta de fornecimento do medicamento por parte da Prefeitura de Goiânia. A falta do remédio, vital para os diabéticos, não é algo novo. Em todo o ano passado houve relatos de pacientes afirmando que as condições são sempre às mesmas devido à constante ausência da insulina tipo Lantus e Aprida. São mais de 1,5 mil dependentes dos medicamentos cadastrados no banco de dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Logo na entrada da Farmácia de Medicamentos e Insumos Especiais, a comerciante Márcia Rabelo, 55 anos lamentava na tarde de ontem (26) não conseguir adquirir os medicamentos. Ela não é diabética, mas busca a medicação para sua irmã, Lídia Maria Rabelo, de 50 anos, que é insulinodependente e, por estar sem a medicação, tem passado mal nos últimos dias. “Minha irmã necessita de dois tipos de insulina, Lantus que tem seu efeito lento e a Humalog ou Aprida que é de efeito rápido para que ela possa tomar após as refeições, porém, maisuma vez, não conseguimos adquirir, isso já se tornou rotineiro”, lamenta.

Outra pessoa que esteve na farmácia ontem e saiu indignado com a falta do compromisso municipal foi o aposentado Mauro Pereira, de 64 anos, já houve vezes do insulinodependente ficar três meses sem receber o medicamento. “Eu tenho uma dependência total do medicamento, se eu não tomar os sintomas são sérios, ocasionando desmaios repentinos. Ganho R$ 880 por mês se for ter que comprar o remédio minha família passa fome”, conta o portador de diabetes.

Segundo a Secretária Municipal de Saúde (SMS), está realmente ocorrendo a falta dos medicamentos na Farmácia de Medicamentos e Insumos Especiais da Prefeitura da capital, porém os prestadores se comprometeram a entregar as insulinas Aprida e Lantus até o dia 3 de fevereiro.

Descumprimento

Apesar de ser lei estabelecida, que garante gratuitamente ao contribuinte diabético o direito a insulina, a Prefeitura de Goiânia não vem cumprindo rigorosamente a determinação. De acordo com a Lei Federal 11.347, publicada no Diário Oficial da União em 2006, os diabéticos podem usufruir dos benefícios que ela se destina. Ao que a lei determina, todos os portadores de diabetes devem receber gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) os medicamentos necessários para o tratamento de sua doença e os materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar.

Uma forma de controlar a diabete é a realização de exercícios físicos. A quantidade ideal a ser realizada deve ser individualizada, sempre respeitando as condições físicas e presença de complicações decorrentes do diabetes, através da avaliação médica e observação de um profissional devido às elevações e quedas da insulina sanguínea

O Psicólogo, Jonas do Amaral, de 34 anos, tem diabetes há quatro anos. Ele diz que nunca deixou de se exercitar, porém, em novembro contratou um professor de educação física para acompanhar os exercícios. O receio que a diabetes agravasse foi um dos motivos que o levou a fazer atividade física. “Com o uso do remédio a medição da glicose chegava 180, hoje, mesmo com o uso de remédios, a medida chega a 110 e já consegui eliminar seis quilos”, enfatiza o psicólogo.