Mercado Municipal de Campinas é opção de serviços e gastronomia

Os antigos permissionários foram adaptando seus comércios ao logo dos 62 anos do mercado

Postado em: 28-01-2017 às 06h30
Por: Sheyla Sousa
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Os antigos permissionários foram adaptando seus comércios ao logo dos 62 anos do mercado

Bruna Policena 

Inaugurado em 1955, na gestão do prefeito Venerando de Freitas Borges, foi durante muitos anos um centro de abastecimento alimentício para a região de Campinas e bairros vizinhos. E com o surgimento de mercados de rua e vinda de grandes redes de comércio, os 73 permissionários tiveram que adaptar o comércio popular para que mantivessem o público farto ao longo dos 62 anos.  Atualmente são 79 permissionários e tem reservado também um espaço de lazer e cultura.

Em 2008 foi feita a ultima reforma do lugar, no mandato de Iris Rezende, e de acordo com os permissionários, o lugar se manteve em boas condições físicas. Manuel é tesoureiro da associação, e também é permissionário de uma tabacaria. Ele relata que o prédio está conservado, o único impasse a ser resolvido é um problema no telhado, e segundo Manuel, já está encaminhado o pedido à prefeitura, mas ainda não teve retorno. 

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O movimento nas lanchonetes, tabacarias, açougues e lojas de utilidades é impressionante. O mercado é um ponto muito frequentado por quem trabalha em Campinas e almoça perto do serviço. As lanchonetes e restaurantes, como de Jesus, estão sempre com muito movimento e os funcionários não são poucos. Pelos corredores é possível encontrar muitas senhoras e senhores sentados, papeando, tomando um suco ou cerveja e vendo o dia passar. 

O Mercado de Campinas é um dos sete espalhados por Goiânia, e praticamente todos foram construídos na mesma época. A arquitetura de Art Déco, com paredes amarelas e contorno dos detalhes em branco são características de todos eles, e para quem os frequenta nos dias de hoje, a conservação leva os visitantes à época, e mesmo em meio a um bairro tão agitado como Campinas, com vendedores turcos, libaneses, chineses, o ambiente do mercado ainda consegue conservar a serenidade e história da Campinas antiga.  

A lanchonete de Carlos Inácio do Nascimento é uma das salas mais visitadas. Famoso pelo seu pastel está no mesmo ponto desde 1978 e é um dos mais antigos permissionários do mercado. Inácio também é o presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Campinas, e acompanhou de perto a história deste ponto turístico cultural da cidade. Passam cerca de mil pessoas por dia na lanchonete do Inácio, e tamanho era o movimento que ele nem conseguiu conceder entrevista.  

A história do mercado pode ser contada por vários permissionários que ainda são os pioneiros do lugar e narram a partir da sua experiência a história do inicio de Campinas. A dona Inaiara, de 74 anos, e seu esposo Joaquim de Sousa, de 93, da sala 19 é uma das mais antigas, e junto com seu marido mantém há 55 anos a loja de utilidades e concertos de utensílios domésticos.  Acompanharam a trajetória do mercado, que naquela época funcionava como horte frute, mercearia, açougue e barzinhos. 

O açougue de senhor Antonio de Souza Duarte está no mercado há 50 anos, e é famoso pela carne de sol preparada de forma especial. Antônio já é falecido e a sua esposa Clotilde é quem atualmente administra o lugar. A mercearia do Edson da Silva Moreira é uma das poucas que sobreviveram ao sufocamento dos pequenos comerciantes pelos hipermercados. 

Ciron José de Siqueira tem 52 anos, e frequenta o mercado desde os nove. Seu pai de coração tinha um horte frute no mercado, quando ainda era conhecido como Campina das Flores. Ele trabalha em uma sala de concertos de eletrodomésticos, que em uma era de produtos quase que descartáveis, ainda vive na tradição dos mais velhos que procuram este tipo de serviço e prolongam a vida útil dos utensílios domésticos.   

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