População pede espaços igualitários para musculação em parques

Especialista e usuários defendem melhores equipamentos, em setores periféricos. Mesmo assim, alguns se encontram danificados à espera de conserto

Postado em: 04-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Especialista e usuários defendem melhores equipamentos, em setores periféricos. Mesmo assim, alguns se encontram danificados à espera de conserto

Wilton Morais

Os equipamentos de musculação ao ar livre estão presentes em diversos parques da Capital. Apesar disso, os espaços utilizados por toda a população nem sempre estão em bom estado de conservação. A característica é perceptível em parques e praças, da periferia da cidade e até mesmo em regiões nobres. Para o professor de educação física Ricardo Cavalcante, com os espaços, a população que não tem acesso a uma academia ou associação esportiva, tem garantido o lugar para praticar esportes e exercícios. “Estes lugares muitas vezes são a única atividade que o indivíduo tem acesso”, aponta. 

O mecânico João Batista de Oliveira costumava pagar R$ 80 mensalmente em academia. Residente na Vila Aurora Oeste, há dois quilômetros do Parque Campininha das Flores, o mecânico começou a fazer exercícios nos equipamentos do local. “É melhor que pagar academia, venho para cá (Campinas) diariamente com minha namorada. Onde moro, a praça não tem utensílios para ginástica”, conta Oliveira. Conforme o mecânico, os equipamentos do Lago das Rosas são melhores para a prática de musculação. “É ruim pelo deslocamento, mas compensa pelo exercício”, disse.

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A reportagem do Hoje, também esteve no Parque Areião, no Setor Marista, e observou o risco para aqueles que praticam exercícios durante a noite. A parte de musculação é bastante escura e os galhos das arvores colaboram ainda mais para o risco. Para o representante comercial em redes sociais Eduardo Caldeira Sobrinho, que realiza atividades físicas nas aparelhagens do Parque Areião e na Avenida T-25, os principais itens que precisa de atenção são justamente os que faltam – aparelhos para aquecimento e alongamento. 

Já na região Noroeste de Goiânia, o Parque Municipal Hugo de Moraes conta apenas com as barras de ferro para o exercício físico. A desigualdade é apontada pelo especialista Cavalcante, “Há sim uma diferença entre os aparelhos das regiões mais nobres da cidade. Nas regiões mais ricas, geralmente os equipamentos e a praça de exercícios em si recebem manutenções com maior frequência, em contraponto as praças dos bairros mais periféricos”, explica o professor. 

Qualidade 

Para o representante Eduardo, os aparelhos que já foram instalados pela prefeitura, no Parque Areião são bons. “Os de alumínio não estragam fácil, como os de ferro que enferrujam”. Por outro lado, o comerciante Domingos de Assis, que pratica exercícios no Setor Campinas, discorda. “Apesar de atender as minhas necessidades, em parte, existe alguns equipamentos quebrados. O de abdominal, por exemplo, está danificado. Não tenho como fazer esse exercício”, afirma ao mostrar o aparelho.

O material que estes equipamentos são confeccionados não influência diretamente na pratica de exercícios. Mesmo assim, Cavalcante constata que aparelhos de aço inox resistem melhor às condições expostas ao tempo. “Não enferrujam. Quando ficam expostos a luz do sol não esquentam da mesma forma, como os de ferro. Isso permite fazer o exercício de forma mais confortável”, sugere. O professor considera ainda que o principal fator seja a manutenção. “Se feita da forma adequada os aparelhos terão um tempo de utilização prolongado”.

O estudante de educação física e profissional da área de monitoramente e segurança, Bruno Peixoto considerou os empecilho para prática de exercícios. “Nos aparelhos de ferro, uma barra trincada oferece riscos. Se bater a cabeça é corte na certa”, exemplifica. “Vamos utilizar o equipamento e não percebemos o trincado”, relata.

Ricardo Cavalcante sugere que a administração pública deve investir na prática de atividade física não apenas com a estrutura física, mas por meio de projetos sociais. “Fazer parcerias para levar a estas praças o profissional de Educação Física para orientar aqueles que praticam esportes no local, é uma das opções para melhorar o que é oferecido à população”. 

A reportagem do Hoje entrou em contato com a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), responsável pelos parques de Goiânia, para esclarecer a desigualdade dos aparelhos ofertados nos parques de Goiânia, assim como a manutenção dos mesmos. Mas a Agência não atendeu os telefonemas e nem retornou os emails da redação. 

 

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