Justiça do Trabalho condena Itaú a pagar R$ 1 milhão por assédio a funcionários

Em nota, o banco informou que avaliará a possibilidade de recorrer com a decisão judicial

Postado em: 11-02-2017 às 13h03
Por: Renato
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Em nota, o banco informou que avaliará a possibilidade de recorrer com a decisão judicial

Após relatos de humilhação, pressão, acusações e intimidações,
a Justiça do Trabalho da Bahia condenou nesta sexta-feira (10) o banco Itaú
Unibanco a pagar indenização de R$ 1 milhão ao Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT). A decisão atende a uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho
(MPT) na Bahia pela prática de assédio moral cometida pelo gerente de uma das
agências, no município de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado.

A decisão, proferida pela 1ª Vara do Trabalho de Vitória da
Conquista também determina o afastamento do gerente acusado de assédio do
ambiente de trabalho. Os funcionários assediados relataram à Justiça do
Trabalho situações consideradas pelo MPT como “atos terroristas” cometidos pelo
gerente. Os relatos citam humilhações em público – na presença de colegas e
clientes, intimidação, coação, desrespeito, falta de ética, perseguição e até
“manipulação de horários nas folhas de ponto com a intenção de não gerar horas
extras”.

Denúncias internas

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Em nota, o Itaú Unibanco disse que avaliará a possibilidade
de recorrer da decisão judicial, mas que não compactua com o comportamento do
acusado e que os fatos narrados “foram devidamente apurados pelo ombudsman
[pessoa responsável pela relação interpessoal interna da empresa], à época, com
a aplicação de medidas cabíveis”.

Apesar da declaração da instituição, o MPT disse que ficou
provado que os funcionários afetados faziam denúncias e reclamações no canal
interno do banco desde 2011 sem respostas nem providências da instituição.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho, o banco não
apurou, não investigou e “não puniu o assediador”, que passou a perseguir os
funcionários que denunciaram ou prestaram depoimentos como testemunhas. Além
disso, segundo o órgão, a empresa “manteve o responsável pelo assédio moral em
seu posto de trabalho e “adotou medidas para intimidar os bancários que
prestaram depoimento no inquérito”.

A decisão obriga o Itaú Unibanco a oferecer serviço de
psicologia organizacional para os trabalhadores, com o objetivo de identificar
formas de assédio e adotar medidas para manter o ambiente de trabalho saudável.
O não cumprimento pode levar à multa de R$ 100 mil para 

Foto: Reprodução 

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