DeBike supera 20 mil viagens, mas infraestrutura ainda é falha

Serviço de aluguel de bicicletas públicas foi inaugurado em dezembro, mas faltam rotas cicláveis adequadas

Postado em: 22-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Serviço de aluguel de bicicletas públicas foi inaugurado em dezembro, mas faltam rotas cicláveis adequadas

Mardem Costa Jr.

Sessenta dias após sua implantação o DeBike – serviço de compartilhamento de bicicletas públicas disponibilizado pela Prefeitura de Goiânia em parceria com a Unimed e Grupo Serttel  – ultrapassou  a marca de 20 mil viagens. Apesar de uma resistência inicial, pouco a pouco a ideia de utilizar a bicicleta para os deslocamentos de pequena e média distância está ganhando adeptos pela cidade. São quinze estações e 150 bicicletas públicas – quantitativo a ser dobrado nos próximos meses.

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A qualidade do serviço contrasta, todavia, com a má qualidade das vias destinadas aos ciclistas. Mesmo as ciclovias instaladas no canteiro central de avenidas na gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT) já enfrentam rachaduras no piso de concreto, enquanto aquelas que compartilham espaço com os automóveis sofrem com várias irregularidades na pavimentação e nenhuma delas conta com sinalização específica para o ciclista, a exemplo de grandes cidades mundiais e confortos como bancos de descanso e paraciclos.

Para piorar, a cultura rodoviarista predominante desde o século XX insiste em não aceitar a presença da bicicleta nas ruas e avenidas da capital. Não é difícil notar a utilização dos espaços destinados aos ciclistas por carros e motos e a falta de conscientização de alguns motoristas, que chegam a intimidar o ciclista pela “presença indevida”. A fiscalização da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) parece filme de ficção, sobretudo pelo déficit do quantitativo de agentes, o que estimula a imprudência dos motoristas. Procurada pela reportagem de O HOJE, a SMT não se posicionou.

Contrastes

Apesar das dificuldades, a possibilidade de andar de bicicleta chamou a atenção do estudante de Psicologia Rafael Soares, 22. Ele utiliza em alguns dias da semana a bike na estação da Praça Gilson Alves de Souza, nas proximidades da Unimed, em direção ao Parque Vaca Brava – trajeto de 2,5 km. “Economizo dinheiro com Uber, não fico desconfortável em um ônibus e faço um exercício físico. Gostaria de poder contar com o serviço há mais tempo”, pondera.

Para a diarista Andrea Berenice, entretanto, a bicicleta é apenas uma miragem. Moradora do Jardim Curitiba, ela reclama que as bicicletas parecem exclusivas de gente rica. “Acho que eles tem medo de instalar essas bicicletas na periferia, como se apenas quem mora na parte nobre da cidade fosse gente e nós, restos”, queixa-se.

Como usar

Para utilizar a bicicleta pública compartilhada, é baixar o aplicativo GynDeBike, em seu celular, preencher os dados, escolher o período de utilização e efetuar o pagamento via cartão de crédito. Para cada tipo de periodização, há uma taxa diferente de uso: R$ 4 para um dia, R$ 8 mensal, R$ 35 semestral e R$ 70 anual.

Em seguida, basta selecionar, via celular, a estação e a bicicleta que irá retirar. As estações de compartilhamento das bicicletas públicas funcionam todos os dias, das 6h às 22h59 para retirada de bicicletas e 24 horas por dia para devolução. O veículo é automaticamente liberado para ser utilizado pelo período de 60 minutos em dias úteis e 90 minutos aos domingos e feriados.

As regras de uso da bicicleta permitem que uma pessoa utilize mais de uma vez. Basta apenas, após o uso da bike pelo período determinado, aguardar 15 minutos para retirar a bicicleta em uma nova utilização. Não há limite de viagens por pessoa.

Decorrido o prazo estipulados sem a entrega, é debitada uma multa no cartão do usuário no valor de R$ 5 pelos minutos excedentes. Se a estação estiver sem espaço para receber a bicicleta, o cidadão pode entrar em contato com a Central de Relacionamento ao Usuário pelo telefone 4003-0397.

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