Quadrilha de roubo de carga se disfarçava de policiais

Empresas comerciais financiavam quadrilha que interceptava caminhões de carga para roubar mercadorias

Postado em: 23-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Empresas comerciais financiavam quadrilha que interceptava caminhões de carga para roubar mercadorias

ELISAMA XIMENES

Na madrugada de quarta-feira (22), as polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal deflagaram uma operação para desarticular uma organização criminosa que realizava roubos de carga nas rodovias. As ações eram financiadas por empresários de ramos diversos do comércio  como postos de gasolina, distribuidoras de alimentos e bebidas e até supermercados. As empresas compravam a mercadoria pela metade do preço nas mãos dos assaltantes.

Posteriormente, os produtos eram vendidos nos estabelecimentos comerciais como se tivessem sido adquiridos legalmente. No esquema, a quadrilha se disfarçava de barreira policial, chegando a usar coletes, uniformes e veículos equipados com sirenes e giroflexos. Eles, então, paravam os caminhões, verificavam a carga e, se avaliassem que a mercadoria tinha um valor compensável, rendiam o motorista e levavam toda a carga. De acordo com o inspetor Álvaro Resende Filho, da Polícia Rodoviária Federal, os motoristas eram mantidos em cárcere privado.

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O inspetor ainda informou que a maior incidência de roubos ocorria em Anápolis, mas foram registrados casos, também, em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Bela Vista, Leopoldo de Bulhões, Alexânia, Morrinhos, Campos Belos e, ainda, Brasília. 

A PRF também informou que ainda existem suspeitos que não foram encontrados, mas que as equipes policiais seguem com os desdobramentos da operação. As empresas que agiam no financiamento ainda não foram totalmente identificadas e segundo o inspetor, a compra de mercadoria roubada burla a legislação tributária. Além disso, as equipes envolvidas na operação agem na identificação e detalhamento de todo o material que foi pego. 

A quadrilha ainda utilizava equipamentos de alta tecnologia para inibir qualquer tipo de rastreamento. A operação conta com 350 policiais, sendo que 39 viaturas são da PRF. Cumprem 82 mandados judiciais, 37 de prisão preventiva, 14 de condução coercitiva e 31 de busca e apreensão nas cidades onde os crimes foram registrados. 

Segundo estimativa da PRF, a quadrilha era responsável por uma média de 25 roubos por mês, gerando um prejuízo de R$ 30 milhões. O dinheiro abastecia outras atividades criminosas como tráfico de drogas e armas e roubos a bancos. No fim da tarde de ontem, os presos foram encaminhados para a Casa de Prisão Provisória em Aparecida de Goiânia. A escolta deles foi realizada por 25 agentes e seis viaturas.

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