25% dos desaparecidos no Estado são de Goiânia

Segundo dados da SSPAP, 4.010 pessoas desapareceram no Estado de janeiro do ano passado a fevereiro deste ano

Postado em: 07-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: 25% dos desaparecidos  no Estado são de Goiânia
Segundo dados da SSPAP, 4.010 pessoas desapareceram no Estado de janeiro do ano passado a fevereiro deste ano

Elisama Ximenes

Desde janeiro de 2016 a fevereiro de 2017 foram registrados 4.010 ocorrências de desaparecimentos em Goiás. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) de Goiás. Só em 2016, foram 3.445 denúncias de desaparecimentos feitas no Estado. Nos dois primeiros meses deste ano 555 pessoas desapareceram em Goiás. Entre essas estão Ana Clara, de 7 anos, que foi encontrada morta, no último dia 22 de fevereiro, em mata da cidade de Santo Antônio de Goiás.

Em média, em 2016, desapareceram, aproximadamente, 287 pessoas por mês. Nos dois primeiros meses de 2017, essa média passa a ser de, mais ou menos, 277,5 pessoas por mês. É possível, também, chegar ao dado de que desapareceram, por dia, entre 9 e 10 pessoas no Estado. Fazendo a mesma média para o ano atual, o número se repete. A SSPAP divide, ainda, os dados entre maiores e menores desaparecidos. Em 2016, 1.428 menores de idade desapareceram, enquanto que, no mesmo ano, foram registradas 2.017 ocorrências de desaparecimento de pessoas maiores de idade.

Continua após a publicidade

Assim, para cada dez adultos, que somem em Goiás, sete crianças desaparecem. Em 2016, o mês com maior incidência de desaparecidos adultos foi dezembro com 191 ocorrências. Já março foi o mês que teve o menor número de registros, com 147 ocorrências de pessoas maiores de idade em 2016. Em média, 168 adultos desapareceram por mês no ano de 2016. Neste ano, de janeiro para fevereiro, houve um aumento de 17 ocorrências nesta categoria. Em janeiro houve um registro de 163 pessoas e em fevereiro, 180. Em relação ao ano anterior, houve uma queda percentual de, aproximadamente, 9%. Já em fevereiro, houve um aumento percentual aproximado de 7%. 

Segundo os dados da SSPAP, no período de janeiro de 2016 a fevereiro de 2017, houve um registro total de 1.650 ocorrências de menores desaparecidos. O mês com maior número de casos foi agosto, com 158 ocorrências. Já janeiro de 2016 foi o mês com menor registro, com 101 ocorrências. Estima-se que, por mês, 119 pessoas com menos de 18 anos desapareceram no ano passado. Já neste ano, em janeiro foram registrados 105 casos, ou seja, quatro a mais que no ano anterior e, em fevereiro, 117 casos, 15 a mais que o mesmo mês de 2016. A média, nestes dois meses de 2017, é de 111 crianças desaparecidas por mês. 

Em Goiânia, os dados mudam. De janeiro de 2016 a fevereiro de 2017 foram registradas um total de 1013 ocorrências de desaparecimentos na capital. Ou seja, pouco mais de 25% dos desaparecidos do Estado são de Goiânia. Dentre esses, 621 são maiores de idade e 392 são menores. Nesse período, o mês com maior incidência foi fevereiro de 2017, com 112 ocorrências  –  mesmo mês em que Ana Clara desapareceu. Em relação ao mesmo mês do ano anterior houve um aumento percentual de, aproximadamente, 38%. Dos 112 desaparecidos em fevereiro de 2017, 60 são maiores e 52 são menores de idade.

A diferença entre 2017 e 2016 é grande na capital. Se pegar só janeiro, por exemplo, tem-se o dado de que, no ano passado, 62 pessoas desapareceram, enquanto que, em 2017, o número subiu para 80. Ou seja, 18 registros a mais. Em média, em 2016, 42 pessoas maiores de idade desapareceram por mês.  

Noiva do suspeito nega participação no crime 

A micro-empresária Sônia Pereira da Luz, noiva do vendedor Luis Carlos Costa Gonçalves, suspeito de assassinar Ana Clara Pires, 7 anos, deu depoimento à polícia, na tarde de ontem (6), na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Sônia negou qualquer envolvimento no crime do qual o noivo é suspeito. Ela reforçou que não sabia de nada. 

Segundo informações, Sônia foi a última a ver o suspeito e soube que poderia ser ele quando a Polícia Civil a procurou. Foi, então, que ela os levou até o paradeiro do homem, na casa do irmão dela, no Setor Lorena Park, em Goiânia. Luís morreu em confronto policial quando encontrado.

Veja Também