Dia da Mulher é dia de luta

Mulheres de Goiânia se mobilizam em ações por mais direitos no Dia Internacional da Mulher

Postado em: 08-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Mulheres de Goiânia se mobilizam em ações por mais direitos no Dia Internacional da Mulher

Elisama Ximenes

‘As mulheres vão parar”: este é o lema da Parada das Mulheres  –  8 de Março, que é realizada hoje, em alusão ao Dia Internacional da Mulher. O evento no facebook, que até ontem à tarde já tinha mais de mil pessoas interessadas, reúne as mulheres de Goiânia para lembrar o motivo da criação deste dia e promover ações engajadas em favor da emancipação da mulher e contra a violência de gênero. A parada é organizada pela Frente Feminista Unitária de Goiás, que se organiza de maneira autônoma.

“No dia 8 de março, nós mulheres vamos parar! Parar por igualdade de direitos e nenhum direito a menos, exigimos respeito! Estamos juntas na luta, mulherada!”, bradam mulheres em um dos vídeos de divulgação do evento, explicando o objetivo das atividades. A programação começa às 15h de hoje com uma palestra sobre a ‘Incidência Contra a Violência Institucional’, que é realizada no Instituto Federal de Goiás (IFG). 

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Logo depois, às 16h30, o movimento se reúne na Praça dos Bandeirantes, onde realizam panfletagem e, logo depois, às 17h, iniciam a concentração para o ato ‘Parada das Mulheres’, que deve começar às 18h. O evento se repete em outras 22 capitais de todo o País. O objetivo da parada nacional é fazer com que as mulheres parem suas atividades e se mobilizem em prol das pautas de luta por emancipação das mulheres. O lema, portanto, é “Se nossas vidas não importam, que produzam sem nós”. 

Mirna Anaquiri, que se apresenta como indígena e mestranda da Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal de Goiás (UFG), é uma das integrantes da Frente Feminista Unitária de Goiás, e explica que o evento foi criado a partir da necessidade das mulheres ocuparem as ruas no dia 8 de março. “O principal objetivo é denunciar as formas de violência que as mulheres, indígenas, negras e todas as outras sofrem diariamente”, explica. A violência cometida contra a menina Ana Clara, inclusive, está entre as pautas do movimento. Mirna reforça, ainda, que hoje, as mulheres dispensam as flores e exigem seus direitos.

Na Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG, o Pindoba – Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Diferença organiza atividades que mobilizam as trabalhadoras da unidade. Na descrição do evento no Facebook, a organização ressalta: “Nós somos muitas e somos múltiplas, existimos neste espaço, fora desses muros, exercemos outros papéis que não estes que nos definem”. A programação conta com programa de webtv, coordenado pelo coletivo Magnífica Mundi, ensaio fotográfico, oficinas e intervenções artísticas para e por mulheres.  

A voz das mulheres por mais igualdade têm ficado cada vez mais alta. Frente a quem diga que a luta feminista não tem mais porque existir porque elas já alcançaram alguns direitos, as mulheres vêm para dizer que a luta ainda não terminou. A prova disso é a desigualdade salarial, que ainda existe. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), até 2014, as mulheres ainda recebiam 70% da média salarial dos homens. 

A luta também é contra a misoginia. Dados do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher apontam que, no primeiro semestre de 2016, quase 68 mil atendimentos corresponderam a relatos de violência. Ainda, segundo o Mapa da Violência Contra a Mulher, divulgado em 2015, no ano de 2013 ocorriam cerca de sete feminicídios, homicídio de mulheres em razão do gênero, por dia.

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