Ônibus lotado e falta de segurança são as principais reclamações

Parece ironia, mas uma pesquisa aponta que a lotação e a falta de segurança são os principais motivos de reclamação dos usuários

Postado em: 08-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Parece ironia, mas uma pesquisa aponta que a lotação e a falta de segurança são os principais motivos de reclamação dos usuários

Wilton Morais 

A pesquisa realizada em parceria com o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), a Universidade Federal de Goiás (UFG), o Instituto Federal de Goiás (IFG) e o Procon Goiânia aponta que a principal reclamação dos usuários do transporte público consiste na lotação dos ônibus que atendem a grande Goiânia – motivo de 41,8 % na avaliação péssima. Em seguida, a segurança nas viagens apresentou índice péssimo de 41%. Ambas as categorias tiveram apenas 2,2 pontos em média.

Em análise comparativa por categorias, se considerado os terminais, os que tiveram a pior avaliação na categoria lotação foram Praça A e Maranata. As notas foram 1,61 e 1,63 respectivamente. Se considerada a segurança, as piores notas foram registradas no Terminal Parque Oeste 1,61 pontos e Terminal Vera Cruz 1,62 pontos. A pesquisa ouviu 2.416 entrevistados, entre os dias 15 de novembro e 13 de dezembro de do ano passado.

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O estudante Lucas Aurélio, conta que o principal desafio dentro do transporte lotado é o calor excessivo. “Além de pagar caro, temos falta de ar e o trânsito não ajuda. São poucas linhas em lugares afastados, o que agrava ainda mais”, disse o estudante. “Falta investimento do poder público”, complementa. Já a estudante de engenharia Tatiane Barbosa reclama das situações de constrangimento.  “São vários os casos de assédio, pessoas que passam a mão, nos segura, e até perseguem a gente dentro do ônibus”, relata. Para Tatiane faltam outras linhas de ônibus. “Em alguns lugares esperamos mais de 45 minutos e o transporte passa lotado. É muita falta de respeito”.

Pesquisa

Foi considerado pelo levantamento critérios como infraestrutura, segurança, acessibilidade, qualidade da operação, qualidade do ônibus e atendimento do pessoal do serviço. Em toda a avaliação da pesquisa a nota global foi de 2,85 pontos. O que define o transporte da Capital como regular, na opinião dos usuários. Conforme a pesquisa apresentada no Seminário Mobilidade Urbana: Acessibilidade, Gestão Urbana e Política Tarifária, no auditório do MPGO, nenhuma categoria obteve nota igual ou superior a quatro pontos. 

O objetivo da pesquisa apresentada pelo vice-coordenador do curso de graduação em Engenharia de Transportes da UFG, professor Willer Luciano Carvalho, foi de aferir a percepção dos usuários do transporte. A pesquisa, por tanto, não fez uma avaliação ampla da qualidade do serviço prestado. Mas servirá como forma para nortear o planejamento da área e para contribuir com adoção de ações efetivas em melhoria da percepção do usuário.

Para o Ministério Público, o levantamento contribuirá para orientar o trabalho do órgão com enfoque na atuação em relação ao transporte, em consideração a perspectiva do usuário.

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