Governo de Goiás amplia da rede de proteção às mulheres em Goiás

Primeira-dama de Goiás, Valéria Perillo disse que este é um dia para reflexões e que as mulheres querem é ser respeitadas

Postado em: 08-03-2017 às 16h30
Por: Toni Nascimento
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Primeira-dama de Goiás, Valéria Perillo disse que este é um dia para reflexões e que as mulheres querem é ser respeitadas

Com forma de ampliar a rede de proteção
às mulheres do Estado, o governador Marconi Perillo assinou hoje, durante café
da manhã em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, três ordens de serviço:
Implantação do programa Patrulha Maria da Penha nos municípios de Itumbiara,
Valparaíso e Luziânia, instalação de quatro Núcleos de Atendimento à Mulher e
mais uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher.

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Na presença da primeira-dama do Estado e
presidente de honra da OVG, Valéria Perillo, do vice-governador José Eliton e
de dezenas de mulheres convidadas para a solenidade, o governador também
lançou, por meio da Secretaria Cidadã, nova campanha publicitária em
comemoração ao Dia Internacional da Mulher: “Mulher não é cabide para você
pendurar seu desrespeito”. Na oportunidade, a secretária Lêda Borges, titular
da Secretaria Cidadã, lançou a programação especial do mês voltada às mulheres
em todo o estado.

O governador homenageou as mulheres
fazendo referência ao drama vivido pela vereadora Dra. Cristina Lopes (PSDB).
Em 1986, com apenas 20 anos, recém-formada em Educação Física, em Curitiba,
Cristina foi vítima de grave violência cometida pelo ex-namorado, inconformado
com o fim do relacionamento. O caso comoveu o Brasil. A jovem teve 85 por cento
do corpo queimado. Diante da trágica experiência, ela buscou a superação e uma
nova forma de encarar a vida.

Cristina passou por 24 cirurgias, e a
família teve que se desfazer de bens para arcar com o alto custo do tratamento.
Ao longo da dolorosa recuperação, decidiu voltar aos estudos, formando-se em
Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Especializou-se
em queimaduras para ajudar pessoas que passam por sofrimento parecido.

Em busca de tratamento, Cristina se
mudou definitivamente para Goiânia em 1992, onde iniciou carreira profissional.
Trabalhou por mais de 20 anos no mesmo hospital que, durante o tratamento, a
acolheu como paciente. Foi responsável pelo serviço de reabilitação e
fisioterapia da unidade.

Cristina ajudou a criar normas para o
atendimento de queimados no país e a fundar a Sociedade Brasileira de
Queimaduras e o primeiro curso de Fisioterapia em Goiás, na Universidade
Estadual de Goiás, onde deu aulas por 15 anos. Criou o Núcleo de Proteção aos
Queimados, entidade Não-Governamental que acolhe vítimas de queimaduras que não
têm recursos para o tratamento.

Segundo o governador, a tentativa de
homicídio contra Cristina se tornou um caso emblemático na Justiça Brasileira e
no combate à violência de gênero. Depois de travar luta incansável, ela
conseguiu levar a júri popular o homem que ateou fogo em seu corpo. Ele foi
condenado a 14 anos e 9 meses de prisão e cumpriu a pena. A vereadora é amiga
pessoal do governador e da família dele, porque o comércio do pai do governador
fica próximo ao Hospital de Queimaduras, no Setor Oeste,  onde Cristina se tratou ao longo de anos. “A
senhora é símbolo de bem, da mulher guerreira”, disse o governador na
solenidade em que homenageou as mulheres goianas. Ressaltou também que, ao
contrário dos homens, que têm um olhar individual, “as mulheres pensam
coletivamente”.

Marconi citou algumas das ações de
proteção aos direitos da mulher, executadas pelo Governo de Goiás. “2.500
pessoas capacitadas profissionalmente em 70 municípios para atender as
mulheres; criação, em
convênio com o Tribunal de Justiça e a PUC-GO, dos Grupos dos Autores dos
Crimes de Violência Doméstica em Goiânia e Aparecida; ampliação da Patrulha
Maria da Penha para cinco cidades, além da capital, capacitação das mulheres
Rurais, visando o fortalecimento da autonomia econômica e implantação de sete
unidades no interior do Estado do Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher
(NEAMs), além da contratação de equipes multiprofissionais para os 11 Centros Especializados
de Atendimento à Mulher (CEAMs), em Goiânia e cidades do interior.

No final do discurso, o governador citou
três mulheres consideradas por ele emblemáticas na defesa das causas femininas:
A poetisa goiana Cora Coralina, a ativista Patrícia Galvão, a famosa Pagu, e a
menina paquistanesa ganhadora do prêmio 
Nobel e que sofreu grave atentado, Malala Yousafzai, porque simplesmente
queria ter o direito estudar.

A primeira-dama do Estado, Valéria
Perillo, ressaltou a ampla rede de proteção às mulheres instaladas em Goiás nos
governos de Marconi e assinalou que o 8 de março é uma data não apenas para
comemorar o Dia Internacional da Mulher, mas para “reflexões”. “Nós só queremos
ser respeitadas”, afirmou, citando versos de Cora Coralina, concluiu: “Se a
gente cresce com os golpes da vida, também pode crescer com os toques suaves da
alma”.

Ao falar da campanha “Mulher não é
cabide para você pendurar seu desrespeito”, a secretária Lêda Borges explicou
que a ideia é chamar a atenção das pessoas sobre atos diários de preconceito e
violência contra a mulher que passam despercebidos como tais. Além disso, a
campanha buscará divulgar as formas mais comuns de violência contra a mulher e
a rede de proteção à mulher vítima de violência disponibilizada pelo Governo de
Goiás via Secretaria Cidadã.

“Não raro, ouvimos frases do tipo ‘ah,
mas ela também deu motivo para ser estuprada’, ‘mas ela só usa roupa curta’
dentre outras do tipo, numa deturpação da condição de vítima da mulher que
sofre violência. Por isso, neste ano, nós queremos chamar a atenção para o
perigo da disseminação de preconceitos velados em comentários que se espalham
na internet, entre amigos e até nas nossas casas”, afirmou Leda, acrescentando
que “a mulher tem o direito de ser quem ela quiser, tem o direito de ser feliz,
sem agressões físicas, verbais ou psicológicas. Ela tem o direito de ser livre
para ser mulher”.

(Com informações do Governo de Goiás) 

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