Segunda-feira, 01 de julho de 2024

MEC vai procurar cursos e instituições que tiveram avaliação insuficiente

A lista com o desempenho dos cursos e das instituições de ensino nas avaliações de 2015 estão disponíveis na internet

Postado em: 08-03-2017 às 16h55
Por: Toni Nascimento
Imagem Ilustrando a Notícia: MEC vai procurar cursos e instituições que tiveram avaliação insuficiente
A lista com o desempenho dos cursos e das instituições de ensino nas avaliações de 2015 estão disponíveis na internet

O Ministério da Educação (MEC) vai procurar 775 cursos e 313
instituções de ensino superior que tiveram avaliação insuficiente nos indicadores
da pasta. A intenção é verificar as condições de ensino e propor medidas de
melhoramento. A lista com o desempenho dos cursos e das instituições de ensino
nas avaliações de 2015 estão disponíveis na internet.

“São poucos os cursos que precisam de uma ação de
supervisão mais direta do MEC. A grande maioria do cursos avaliados no ciclo de
2015, dentro de uma escala de 1 a 5, apresenta conceito 3, 4 e 5. Agora a ação
do MEC é de apoiar e ajudar as instituições que precisam de fato de uma
supervisão, de um acompanhamento mais direto a partir desses resultados”,
avalia a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini.

Continua após a publicidade

Hoje (8), o Inep divulgou os resultados do Conceito
Preliminar de Curso (CPC) que avalia os cursos de graduação e do Índice Geral
de Cursos (IGC), voltado para as instituições de ensino. Os indicadores levam
em consideração o desempenho dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (Enade), condições de ensino, infraestrutura, professores entre
outras questões.

Os indicadores vão de 1 a 5, conceitos 1 e 2 são considerados
insuficientes pela pasta. Instituições e cursos que receberam conceitos
insuficientes em duas avaliações seguidas poderão sofrer medidas cautelares,
como ficar impedidos de realizar vestibular ou de abrir novas vagas. Em casos
extremos, curso e instituição podem ser fechados. O MEC ainda divulgará a lista
com as instituições que poderão ser submetidas a medidas cautelares.

Nessa
edição, foram avaliados 8.121 cursos de 2.109 instituições de ensino. Foram
inscritos 549.487 concluintes e 447.056 participaram da avaliação. Os cursos
avaliados em 2015 foram de administração, administração pública, ciências
contábeis, ciências econômicas, jornalismo, publicidade e propaganda, design,
direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teologia
e turismo. Além dos cursos tecnológicos de comércio exterior, design de
interiores, moda, gráfico, gastronomia, gestão comercial, qualidade, recursos
humanos, financeira, pública, logística, marketing e processos gerenciais.

As
avaliações, no entanto, têm certas fragilidades. Uma nota alta não significa
excelência e, uma nota baixa, segundo o secretário de Educação Superior do MEC,
Paulo Barone, não significa uma situação de delinquência. “Se uma
instituição tirou 3 na avaliação anterior e nessa tirou 2, não quer dizer que
tenha piorado, o que significa é que nesse ciclo ficou atrás das demais
avaliadas. Isso quer dizer que talvez precise de medidas de avaliação in loco
que possam diagnosticar com precisão os problemas dos cursos para que possam
ser sanados”, diz. Ele ressalta, no entanto, que as avaliações “têm
eliminado situações de cursos muito ruins que o Brasil tinha”.

As
instituições recebem um prazo para que possam se adequar e corrigir eventuais
falhas. O descumprimento e a manutenção da tendência de piora leva também à
exclusão de programas federais como o Programa Universidade para Todos (ProUni)
e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Perfil
dos estudantes

Os
dados divulgados pelo Inep mostram que 33,8% dos estudantes são os primeiros da
família a concluir o ensino superior.

Os
estudantes que participaram do Enade em 2015 são em sua maioria: solteiros
(68,9%), brancos (59,9%), moram com os pais ou parentes (56,6%) e dedicam de
uma a três horas por semana aos estudos (49%). Além disso, 48,9% trabalham 40
horas semanais ou mais contra 28,4% que não trabalham.

No
total, 19,8% são sustentados pela família. Na outra ponta, 9,8% são os
principais responsáveis pelo sustento da família. Mais de 76% dos respondentes
têm alguma renda. Além disso, 42,1% contaram com algum tipo de bolsa ou
financiamento para se manter estudando. 

(Agência Brasil)

Veja Também