Maternidade Dona Iris deve fechar a partir de segunda-feira

Segundo a direção do hospital, todas as consultas, exames e cirurgias eletivas que estavam agendadas já começaram a ser canceladas

Postado em: 11-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo a direção do hospital, todas as consultas, exames e cirurgias eletivas que estavam agendadas já começaram a ser canceladas

Rhudy Crysthian 

O Hospital e Maternidade Dona Iris deve suspender todo o atendimento ambulatorial a partir da segunda-feira (13), por conta de uma dívida de mais de R$ 24 milhões da Prefeitura de Goiânia com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), que administra a unidade.

Segundo a direção do hospital, todas as consultas, exames e cirurgias eletivas que estavam agendadas já começaram a ser canceladas. Cerca de 250 pacientes ficarão sem atendimento na próxima semana. 

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A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia afirma que o termo de convênio firmado em 2012 com a Fundahc, para administração do Hospital e Maternidade Dona Iris e Maternidade Nascer Cidadão, “prevê um valor estimado de repasse para a realização dos serviços acordados”. Segundo o órgão, ao longo do convênio, “houve ampliação dos serviços executados mediante celebração de termos aditivos, os quais culminaram em acréscimo de cerca de 113% em relação ao valor inicial do convênio”. No entanto a secretaria alega que “desde a gestão passada (setembro), não consegue repassar o valor acrescido”.

“Em janeiro deste ano, ao ser identificado esse descompasso entre o valor e a disponibilidade financeira da Secretaria – e em cumprimento às cláusulas do convênio, a Secretaria solicitou junto à Fundação uma readequação dos serviços ofertados, enfatizando a priorização da manutenção da assistência completa ao parto e ao neonato com qualidade. Todos os meses os pagamentos realizados nesta gestão tem sido dentro do ajuste solicitado”, diz a nota.

A Fundahc informou que, dos mais de R$ 24 milhões de dívida com o convênio da maternidade, R$ 13 milhões são relativos ao passivo trabalhista de 540 funcionários da fundação que trabalham na maternidade. Outros R$ 11 milhões são de dívidas com fornecedores de produtos e serviços, além da folha de pagamento do mês de fevereiro.

O restante, conforme divulgado pela fundação, é de dívida com encargos sociais e dívida com a própria Fundahc, “que fez aportes de recursos próprios para o convênio a título de empréstimos e não está conseguindo reaver esses empréstimos”. Por conta destas dívidas, a direção da Fundahc encaminhou um ofício ao hospital em que determina que nenhum pedido de compra aos fornecedores seja feito. Além disto, orienta a maternidade a não comprar material de consumo ou medicamentos com recursos do convênio. 

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