Maternidade Dona Iris suspende atendimento

Dívida de R$ 24 milhões prejudica usuários e pacientes. Secretaria de Saúde não estipula data para normalização dos repasses

Postado em: 14-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Dívida de R$ 24 milhões prejudica usuários e pacientes. Secretaria de Saúde não estipula data para normalização dos repasses

Wilton Morais 

Os pacientes que foram realizar consultas, exames e até cirurgias ficaram sem atendimento, ontem (13), na Maternidade Dona Iris em Goiânia. Conforme um cartaz anexado na porta do hospital, não há previsão para a retomada do atendimento. A causa é uma divida de R$ 24 milhões com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (FundaHC). Do valor R$ 13 milhões relativos ao repasse trabalhista de 540 funcionários. O restante do valor, cerca de R$ 11 milhões, são dívidas aos fornecedores de produtos e serviços. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o termo de convênio entre a fundação e a prefeitura, firmado em 2012, prevê uma quantia de repasse para a realização dos serviços acordados. Porém, com o passar do tempo – cinco anos, houve ampliação do serviço prestado. Dessa forma, foram acrescidos 113% a mais, em relação ao valor inicial do convênio. A SMS reconheceu que desde setembro do ano passado, ainda na gestão do ex-prefeito Paulo Garcia (PT), a prefeitura não consegue realizar os repasses com o valor acrescido. 

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Ainda ontem, a reportagem do O Hoje ouviu relato de alguns funcionários que disseram que, em alguns meses ouve o repasse, por conta de ameaças de médicos em pararem o atendimento. Na tarde de ontem, parte de ambulatório ficou aberta apenas durante o horário de visitas a pacientes já internados. Com a paralisação, a farmácia da maternidade registrou pouco movimento. Segundo funcionários, o motivo era a baixa procura devido ao fechamento, o que impediu parte do atendimento. O atendimento emergência e emergência continuam normalmente, de acordo com a SMS.  

Solução 

A falta de repasse só foi percebida pela atual gestão, em janeiro, quando foi identificado desacerto entre o valor e a disponibilidade financeira da SMS. A pasta afirma que solicitou à FundaHC uma readequação dos serviços, dando prioridade a assistência completa ao parto e ao neonato. A pasta complementou que durante os três primeiros meses do ano, os pagamentos realizados foram dentro do ajuste solicitado. A secretaria e a direção do hospital não informaram uma data para a normalização no atendimento.

Na última semana, a FundaHC enviou um oficio a SMS solicitando R$ 4 milhões para conseguir reabrir o ambulatório da maternidade. Na sexta-feira (10) houve um repasse de R$ 2 milhões, mas não foi o suficiente para manter o ambulatório. A prefeitura também deve outros R$ 2 milhões ao Nascer Cidadão.

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