Governo garante volta às aulas em julho após vacinar professores

Questionada se haverá vacina suficiente para todos diante do anúncio, SES não respondeu | Foto: Reprodução

Postado em: 27-04-2021 às 07h50
Por: Maiara Dal Bosco
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Questionada se haverá vacina suficiente para todos diante do anúncio, SES não respondeu | Foto: Reprodução

Os professores entrarão como prioridade na imunização contra a Covid-19. O anúncio, foi feito pelo Governador Ronaldo Caiado ontem (26), afirma que terminada a vacinação contra a Covid-19 dos idosos de 60 anos, os professores serão imunizados até o final de maio. O objetivo, de acordo com o governador é que este grupo volte a ter uma vida normal nas escolas no segundo semestre. “Daqui uns dias, todo mundo na sala de aula”, afirmou Caiado. 

O anúncio foi feito poucos dias após o Ministério da Saúde divulgar um cronograma atualizado de entrega de vacinas contra a Covid-19 que aponta redução de 31% no número de doses previstas para o mês de maio. De acordo com o Ministério, o País deve receber no próximo mês 32,4 milhões de doses. A previsão anterior, divulgada em 19 de março, indicava a chegada de 46,9 milhões de doses.

Outro fator que pode causar preocupação sobre a vacinação dos professores é que acontecendo até o final de maio, a imunização dos educadores coincidirá com a vacinação do próximo grupo previsto para receber a vacina após os idosos entre 60 e 64 anos: os brasileiros com comorbidades. Somente em Goiás, segundo levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), são 616.561 goianos que deverão começar a ser imunizados no mês de maio, convocados por idade, dos mais velhos para os mais jovens, com idades entre 59 e 18 anos. 

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De acordo com a estimativa do Plano de Operacionalização para a Vacinação contra a Covid-19 em Goiás, no Estado, os trabalhadores da educação do Ensino Básico são 81.265 pessoas. Já no Ensino Superior, são 24.843, o que totaliza 106.108 profissionais. De acordo com o Plano, atualizado em janeiro de 2021, considerando o fim da vacinação dos idosos entre 60 a 64 anos, os professores seriam vacinados após outros sete grupos. São eles: comorbidades, população privada de liberdade, funcionários do sistema de Privação de liberdade, pessoas em Situação de Rua, Forças de Segurança e Salvamento, Forças Armadas e pessoas com deficiências permanente grave.

Até o momento, Goiás já aplicou 797.339 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado, referentes à primeira dose, quantidade próxima do número do grupo prioritário – com comorbidades, e 303.277 referentes à segunda, de acordo com a SES-GO. Ao todo, Goiás recebeu 1.665.280 doses de imunizantes, sendo 1.208.080 da CoronaVac e 457.200 da AstraZeneca. Procurada pela reportagem para verificar se haverá vacina suficiente para imunizar os professores dentro do prazo anunciado, a Secretaria Estadual de Saúde não respondeu ao questionamento. 

Divergência

Para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a inclusão de determinados grupos por decisão de estados e municípios no programa de vacinação contra a Covid-19 tem atrapalhado o Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Se nós respeitássemos o Programa Nacional de Imunizações conforme pactuado na [reunião] tripartite [União, estados e municípios], ele seria melhor”, afirmou. 

“É até um apelo que eu faço. Sabemos que, no afã de contribuir com a vacinação, às vezes, se pressiona para botar um grupo prioritário ou outro. Todos têm razão em querer ter a vacinação o mais rápido possível, mas, às vezes, isso atrapalha o nosso PNI. Então, fazer com que o PNI tenha as decisões pactuadas na tripartite mantidas e com que, nos municípios, nos mais de cinco mil municípios do Brasil, ele seja cumprido é um desafio para todos nós”, declarou, durante audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado.

Óbitos

Em 2021, o Brasil já atingiu mais registros de óbitos pela Covid-19, se comparado com o ano de 2020 todo. Sobre este assunto, o ministro da Saúde atribuiu ao fato da variante P1 do vírus, a de Manaus, ser mais contagiosa e também estar associada a uma maior letalidade. Ele ainda defendeu a vacinação e outras medidas de contenção da disseminação da Covid-19. “É claro que não é só a vacinação. Tenho, desde o primeiro dia em que assumi o cargo, reiterado a importância das chamadas medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras e o distanciamento social”, disse. Em Goiás, já são 538.676 casos de doença pelo coronavírus 2019 (Covid-19) confirmados, 14.505 óbitos e outros 280 óbitos suspeitos em investigação. (Especial para O Hoje)

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