Logística para vacinas da Pfizer ainda é incerta

Mesmo diante da proximidade do recebimento das doses, prefeitura não soube dizer como se dará armazenamento | Foto: Reprodução

Postado em: 01-05-2021 às 08h38
Por: Maiara Dal Bosco
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Mesmo diante da proximidade do recebimento das doses, prefeitura não soube dizer como se dará armazenamento | Foto: Reprodução

Diante da proximidade do recebimento da nova remessa da vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia não definiu ainda como será o armazenamento das doses destinadas ao município. Os imunizantes, que fazem parte do lote de 1 milhão de doses recebido pelo Brasil sexta-feira (30), precisam ser armazenados em temperaturas abaixo de 70ºC e por isto, devem ficar, a princípio, estocados em superfreezers da Universidade Federal de Goiás (UFG). Na segunda-feira (03), Goiânia receberá 17 mil doses do imunizante.

De acordo com Grecia Carolina Pessoni, diretora de Vigilância Epidemiológica de Goiânia, ao serem descongeladas, em temperaturas de 5ºC a 8ºC, as vacinas podem ficar armazenadas por cinco dias em câmara das salas de vacinas. Com isso, por serem somente 17 mil doses, as vacinas serão utilizadas dentro deste prazo.

Segundo o professor Jesiel Freitas Carvalho, Pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFG, a Universidade tem, hoje, a disponibilidade de armazenar 3 mil litros em ultrafreezers, que poderiam ser utilizados para armazenamento das vacinas. “A nossa capacidade hoje, permite, em uma conta aproximada, porque isso depende do volume total do recipiente e da embalagem, mas nós temos capacidade de armazenar algo na ordem de 2 milhões de doses”, declarou, em entrevista a uma rádio da Capital. 

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Apesar da incerteza da logística – pela qual a SMS e SES-GO são responsáveis, uma vez que, seguindo orientação do Ministério da Saúde, somente capitais receberão as doses da Pfizer neste momento, o pró-reitor afirmou que a mobilização da Universidade para ajudar é grande. “Temos uma expectativa grande de que as vacinas cheguem, estamos, na Universidade, mobilizados no limite de nossas possibilidades para colaborar com a Secretaria de Saúde do Estado e do Município no sentido de oferecer aquilo que temos disponível para contribuir com esse esforço tão crucial para sociedade goiana e goianiense”, destacou.

Auxílio

O auxílio da UFG no armazenamento das vacinas da Covid-19 fabricadas pela Pfizer foi anunciado pelo reitor Edward Madureira Brasil no final do ano passado. Segundo a Universidade, há mais de 20 refrigeradores em diversas de suas unidades acadêmicas que armazenam amostras de pesquisa, como o Instituto de Saúde como Instituto de Saúde Pública e Patologia Tropical (IPTSP), Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Escola de Agronomia, Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ), Instituto de Química (IQ), entre outros.

Esta será a 16ª remessa de vacinas que o Estado receberá desde o início da campanha de imunização da Covid-19. Até então, Goiás somente havia recebido unidades produzidas da Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan e da AstraZeneca/Oxford. Nesta semana, o Estado recebeua 15ª remessa de doses. Ao todo, chegaram 161.200 doses de vacina, sendo 3.200 da CoronaVac e 158.000 da AstraZeneca.

Expectativa

De acordo com o Ministério da Saúde, a negociação com a Pfizer prevê 100 milhões de doses, das quais 13,5 milhões entregues entre abril e junho e outros 86,5 milhões de julho a setembro. O imunizante já possui registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pode ser aplicado em pessoas a partir de 16 anos de idade, em duas doses, que contam com o intervalo de 21 dias entre primeira e segunda aplicação. Já o contrato com a Janssen prevê 38 milhões de doses, que deverão ser enviadas à pasta entre agosto e novembro deste ano. 

Segundo a pasta, o Brasil já tem garantidos mais de 562 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até o fim de 2021. Além de Pfizer e Janssen, a pasta também já fechou acordos com AstraZeneca/Oxford (Fiocruz) e Instituto Butantan – os dois responsáveis pela produção nacional de vacinas até o momento -, consórcio CovaxFacility, Precisa/BharatBiotech (vacina Covaxin) e União Química/Gamaleya (vacina Sputnik V). (Maiara Dal Bosco, Especial para O Hoje)

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