Covid é mais letal em homens e mulheres têm maior índice de internação

De acordo com especialista, sexo não pode ser o único fator analisado para explicar dados de óbitos | Foto: Wesley Costa

Postado em: 03-05-2021 às 08h42
Por: Maiara Dal Bosco
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De acordo com especialista, sexo não pode ser o único fator analisado para explicar dados de óbitos | Foto: Wesley Costa

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) apontam que mais da metade dos óbitos por Covid-19 em Goiás refere-se a pessoas do sexto masculino. Ao todo, o Estado registra a morte de 8.540 homens pela doença, o que representa 56,93% do total. A porcentagem é contrária quando se refere ao número de infectados no Estado, já que os 257.332 homens, neste caso, representam 46,62% do total. Já as mulheres, que representam 43,07% do total de óbitos, com 6.460 óbitos confirmados, totalizam 294.587 casos confirmados de infecção, com 53,38% do total.

De acordo com Sergio Zanetta, médico sanitarista e professor de Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo, é importante observar que, tratando-se da Covid-19, a análise de uma única informação demográfica, como o sexo, é uma insuficiente para explicar um fenômeno complexo como este. “Qualquer resposta neste caminho é uma suposição. Os fatores precisam ser analisados dentro de um conjunto, uma vez que, enquanto informações isoladas, dizem muito pouco”, aponta.

Com relação à Covid-19, o especialista destaca que é possível observar, por exemplo, também a questão da faixa etária. “Sabe-se que há risco aumentado em uma faixa mais elevada. Entre os mais velhos, por exemplo, esse risco acaba não sendo somente por conta da idade, mas porque as pessoas mais velhas têm mais doenças crônicas degenerativas e comorbidades, ou seja, há um conjunto de fatores somado à idade”, afirma Sérgio.

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Fatores ambientais

Segundo o médico, no campo ambiental, há um fato conhecido de que as mulheres acessam mais os serviços de saúde e, por conseguinte, têm uma relação de cuidado maior com relação à saúde do que os homens. “Isso pode explicar uma condição de saúde prévia a infecção, que teoricamente poderia ocorrer de forma mais controlada, mas isso não explica a diferença de mortalidade entre os sexos”, aponta.

Para o infectologista, quando observa-se a diferença de doenças entre populações, a divergência entre idade na mortalidade e na letalidade têm explicações importantes. “Por este motivo é que a letalidade é maior em pessoas mais velhas, uma vez que há maior frequência de doenças crônicas. Além disso, quando observamos outros fenômenos como a separação por sexo, é preciso olhar também outras explicações que tenham mais a ver com a estrutura social”, explica.

15 mil óbitos 

Goiás encerrou o mês de abril com o registro de 15 mil óbitos em decorrência da Covid-19. A taxa de letalidade em território goiano chegou a 2,72% e outros 300 óbitos suspeitos seguem sendo investigados pelo Estado.

Somente 43 dias separam o registro de 10 mil e 15 mil óbitos pela Covid-19 em Goiás. No dia 18 de março de 2021 o Estado chegou às 10 mil mortes. Este número é bem inferior no comparativo entre as primeiras 5 mil mortes e às 10 mil mortes, uma vez que, a primeira marca foi alcançada no dia 07 de outubro de 2020, ou seja, cinco meses antes. A primeira morte por coronavírus registrada em território goiano aconteceu em 26 de março de 2020.

Outra estatística apontada pelo Governo estadual diz respeito ao número de óbitos por faixa etária. Idosos entre 70 e 79 anos representam as maiores vítimas fatais da doença no Estado: são 3.660, seguidos pelos idosos entre 60 a 69 anos, com 3.633 óbitos confirmados. Na sequência, aparecem os idosos com 80 anos ou mais, com 3.093 óbitos, população entre 50 a 59 anos, com 2.365 óbitos. Os outros 2.249 óbitos confirmados foram registrados na população até 49 anos. (Especial para O Hoje)

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