CRF-GO alerta que a pandemia agravou o uso irracional de medicamentos

No Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, a entidade busca reforçar os riscos do uso de remédios que compõem o chamado kit covid | Foto: Reprodução

Postado em: 05-05-2021 às 09h38
Por: Redação
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No Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, a entidade busca reforçar os riscos do uso de remédios que compõem o chamado kit covid | Foto: Reprodução

O Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO) alerta, nesta quarta-feira (05/05), Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, que a pandemia agravou o uso irracional de remédios, no Brasil.  A entidade destaca que as notificações de reações adversas do uso indiscriminado de medicamentos tiveram aumento de 128%, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O VigiMed, sistema informatizado de notificações de reações adversas da Anvisa, registrou 8.587 casos em 2019 contra 19.592 no ano passado, além de nove mortes. A presidente do CRF-GO, Lorena Baía, reforça que muitos medicamentos passaram a ser usados de forma indiscriminada para tratamento e até “prevenção” do novo coronavírus sem que tivessem indicação na bula para essa finalidade ou qualquer comprovação científica.

“Medicamentos que compõem o chamado kit covid, como a cloroquina e a hidroxicloroquina, usadas no tratamento de lúpus e malária; a ivermectina, um antiparasitário indicado para sarna e piolhos, e a azitromicina, antibiótico para infecções respiratórias ou sexualmente transmissíveis, podem causar efeitos colaterais sérios e provocar reações adversas e inesperadas que podem culminar na morte do paciente”, adverte a farmacêutica Lorena Baía.

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Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), em Goiás, houve aumento de 236% na venda de hidroxicloroquina no ano passado e de 561% na comercialização da ivermectina, se comparados os anos de 2019 e 2020. No Estado foram comercializadas 104 mil unidades de hidroxicloroquina e 2,4 milhões de ivermectina. Além disso, recebeu mais 38,5 mil doses de hidroxicloroquina do governo federal.

Com o crescimento da venda, a cloroquina registrou aumento de 558% nas notificações de reações adversas e a azitromicina registrou aumento de 228%. No caso da ivermectina, as reações adversas mais frequentemente relatadas incluem diarreia, náuseas, astenia, anorexia, constipação intestinal, vômitos, dor abdominal e febre, mas também podem ocorrer manifestações neurológicas, como tonturas, sonolência, vertigem, tremor, parestesia e convulsões.

Além dos efeitos colaterais e do risco de reações adversas graves, Lorena Baía adverte que o uso do kit covid pode ainda gerar uma falsa sensação de segurança. “As pessoas podem sentir que estão protegidas por conta dos medicamentos e relaxar nas medidas que realmente funcionam, como o uso de máscara, o distanciamento social e a higiene frequente das mãos.

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