Goiânia deve ganhar mais 125 faixas exclusivas para motos

Faixas, conhecidas como motobox, serão colocadas nos principais cruzamentos de Goiânia | Foto: Wesley Costa

Postado em: 06-05-2021 às 08h10
Por: João Paulo
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Faixas, conhecidas como motobox, serão colocadas nos principais cruzamentos de Goiânia | Foto: Wesley Costa

A prefeitura de Goiânia anunciou a pintura de mais 125 faixas da chamada ‘motobox’, que são as faixas preferenciais para motos nos cruzamentos das vias de grandes fluxos da cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), a sinalização tem como objetivo retirar as motocicletas do meio dos carros durante a espera semafórica e, assim, evitar acidentes.

Segundo a SMM, essa finalizações já foram incluídas no orçamento no  novo asfalto que será feito pela cidade. Os trabalhos ganharam novo fôlego com o término do período chuvoso. As próximas vias da cidade que vão receber a sinalização são as avenidas T-1 e T-2. Até o momento, a motobox já foi pintada nas avenidas Segunda Radial, Jamel Cecílio, 136, República do Líbano, dentre outras.

O secretário de Mobilidade, Horácio Melo, afirma que a instalação dessas faixa é uma oportunidade de se mostrar respeito para os que são mais frágeis no trânsito, que, segundo ele, são os motociclistas, ciclistas e pedestres. “Vamos reforçar essas campanhas no nosso Maio Amarelo. Queremos mostrar à população a necessidade do respeito ao próximo no trânsito”, destacou.

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Goiânia se destaca como a cidade brasileira com a maior quantidade de motos: são 18.4 veículos a cada 100 habitantes, segundo dados do levantamento feito pelo Mapa da Motorização Individual no Brasil. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-GO) traz que 246 mil motocicletas circulam diariamente na Capital.

Segurança depende de comportamento

O professor de Transportes do Instituto Federal de Goiás (IFG), Marcos Rothen, destaca que as faixas são seguras para os motociclistas, mas tudo vai depender do comportamento de todos que estão no trânsito. “Numa situação normal (sem a faixa) os motociclistas ultrapassam os carros parados e acabam invadindo as faixas de pedestres ou então ficam no meio dos carros. Ao avançarem nas faixas de pedestres causam riscos para esses. Ao ficarem no meio dos carros quando arrancam causam conflitos”, conta.

Marcos destaca que sempre é necessário fazer um parâmetro sobre como anda o funcionamento da faixa para saber se as pessoas estão respeitando a sinalização. Isso, segundo ele, só é possível através de fiscalização. Apesar disso, ele afirma que outros fatores devem ser levados em consideração.

“Além da faixa é necessário que se tenha uma placa vertical informando que ali existe essa faixa. Sem a placa as pessoas não conseguem perceber que existe a faixa. A não colocação da placa é uma falha grave. Quanto à sinalização horizontal (faixas) em Goiânia é muito deficiente, de baixa qualidade, tem uma vida útil muito curta. Isso ocorre tanto pela possível baixa qualidade da tinta usada quanto pela quantidade de tinta usada (mas isso é uma possível causa)”, afirma.

Apesar das faixas auxiliarem os motociclistas, muitos deles são imprudentes no trânsito. Marcos Rothen afirma que a Capital precisa investir ainda mais em fiscalização para evitar que motociclistas cometam esses abusos nas vias. “As maiores vítimas dos acidentes são os pedestres. Os motociclistas cometem muitos abusos, para eles não tem mão de direção nem semáforo fechado. Assim as motos nem sempre são vítimas, mas muitos são os causadores dos problemas. Não é possível que as motos, por exemplo, usem a calçada como via de tráfego”, reforça.

Locais sem sinalização

Segundo ele, sem essas mudanças, a campanha do Maio Amarelo – mês de conscientização contra a violência no trânsito – não faz sentido. Além disso, ele critica o fato de que, na Capital, as vias não ganharem sinalização após os reparos na pavimentação asfáltica. “No caso dos locais que são recapeados a Prefeitura de Goiânia comete uma ilegalidade, pois o Código de Trânsito Brasileiro exige que uma via só pode ser liberada ao público com a sinalização completa implantada”, finaliza. (Especial para O Hoje)

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