Donas de casa começam a evitar carnes embaladas

Consumidores fogem de carnes de supermercado e dão preferência para os açougues. Consumidor deve observar a higiene do local antes de adquirir o produto

Postado em: 21-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Donas de casa começam a evitar carnes embaladas
Consumidores fogem de carnes de supermercado e dão preferência para os açougues. Consumidor deve observar a higiene do local antes de adquirir o produto

Wilton Morais 

Após quatro dias da operação Carne Fraca, o consumidor goianiense procura dar preferência para carnes de açougue, em detrimento do produto vendido em supermercados. “O movimento não caiu nada”, disse o açougueiro Manuel Augusto. Em seu açougue, no Jardim das Esmeraldas, Manuel conta que ouve alguns comentários sobre a operação. “A população está evitando as carnes embaladas. Não querem correr o risco”. 

A dona de casa, Marizete Florentino afirma que de agora em diante irá preferir comprar carne em açougues. “Além de conseguir comprar a quantidade que desejo, consumindo a granel eu vou conseguir verificar melhor a qualidade do produto”, afirma. Com a divulgação das denúncias Marizete garante deve mudar o hábito de freqüentar supermercados onde o produto é vendido já embalado. 

Continua após a publicidade

O aposentado João Oliveira concordou com a preferência pelo produto fresco. “A carne encareceu muito em açougue. Nem observei a operação direito. Mas compro somente costela. Se tiver papelão eu vou ver”, contou sorrindo.  O açougueiro Manuel ressalta a importância de procurar a procedência do alimento. “O consumidor precisa saber de onde vem à carne. Quem compra o alimento em supermercado geralmente procura algo mais barato e corre o risco. A minha carne é fresca”, argumenta.

A operação Carne Fraca foi deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira (17). A operação investiga 40 empresas do setor alimentício envolvidas em um esquema de corrupção. A polícia apurou que Fiscais Federais liberavam a comercialização de alimentos produzidos por frigoríficos sem a devida fiscalização sanitária. De acordo com o inquérito, as carnes eram vendidas fora do prazo de validade, misturadas com papelão e até com substâncias cancerígenas. 

Procurado pela reportagem, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas no Estado de Goiás (Sindiaçougue), Silvio Carlos Yassunaga Brito, confirmou que a operação não teve impacto negativo nos açougues da capital. “As casas de carnes trabalham com o produto resfriado. Carcaças que são desossadas, manipuladas e vendidas. Tivemos mais procuras, porque as carnes embaladas não chegam ao açougue. É muito recente a operação”, considerou. “Teve aquela coisa do susto, muita pergunta, querem até conhecer a manipulação”, complementou. 

Consumidor deve observar higiene do local 

As irregularidades expostas na operação Carne Fraca da Policia Federal, que investiga a adulteração de carnes em frigoríficos ascendem um sinal de alerta entre consumidores do produto. Por ser um produto perecível, a carne pode ter a qualidade alterada por vários fatores. É necessário que se tenha alguns cuidados, que devem começar na compra e englobar armazenamento, descongelamento e preparo. É o que orienta a Vigilância Sanitária.

Medidas como a limpeza do local e uso de toucas, jalecos e outros equipamentos pelos funcionários devem ser obedecidas. A carne deve ser exposta em balcão frigorífico, pendurada em ganchos de alumínio ou inox, a uma temperatura de 7º C, ou menor, no interior da peça. 

A venda de carnes pode ser a granel, bandeja ou a vácuo. Em todos os casos é preciso verificar textura e cor do produto. A cor é o indício de como o animal foi abatido, como a carne foi conservada, manipulada e se é fresca ou não. Além de indicar uso de produtos químicos. 

É necessário ainda observar a etiqueta e rótulos dos produtos. As datas de fabricação e validade (contendo dia, mês e ano), informações nutricionais, além do nome, endereço e CNPJ da indústria produtora; selos de Inspeção (Municipal, Estadual ou Federal) precisam estar legíveis.

Os consumidores que encontrarem irregularidades sanitárias como falta de higiene e produtos vencidos e estragados podem denunciar. Se caso as irregularidades forem confirmadas, os estabelecimentos podem ser multados e os responsáveis responderem por crime de saúde pública e de relação de consumo.

 

Veja Também