Goiás reduz em 41,2% o uso de fossas rudimentares

Segundo presidente nacional da Abes, Roberval Tavares de Souza, apesar da boa posição de Goiás, ainda há muito trabalho a ser feito

Postado em: 22-03-2017 às 09h10
Por: Sheyla Sousa
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Segundo presidente nacional da Abes, Roberval Tavares de Souza, apesar da boa posição de Goiás, ainda há muito trabalho a ser feito

Caio Marx

O Dia Mundial da Água é comemorado hoje, a data visa ampliar a discussão sobre a importância de sua preservação e os riscos do consumo de água contaminada para a saúde da população. Após 10 anos da lei do saneamento, o estado conseguiu reduzir em 41,2% o uso de fossas rudimentares, porém, ainda há 3 milhões de pessoas sem acesso à coleta de esgoto em Goiás. É o que aponta estudo realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes).

Segundo a pesquisa, a Região Centro-Oeste registrou a maior variação percentual do País em sua cobertura de esgotamento sanitário por rede: foram 16,4% de 2014 para 2015, alcançando uma cobertura de 53,2%. Goiás apresenta a segunda melhor cobertura de esgotamento sanitário por rede da Região com 53% (1,2 milhão de domicílios atendidos). 

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O esgotamento por fossa rudimentar é considerada uma das mais perigosas formas em função da contaminação das águas superficiais e subterrâneas, além dos riscos quanto à proliferação de vetores. O levantamento mostra ainda, em um comparativo entre 2014 e 2015, que Goiás praticamente manteve a cobertura de abastecimento de água, passando de 83,6% para 83,9% com 1,8 milhão de pessoas atendidas. Na Região Centro-Oeste, a cobertura foi de 85,7%.

Em relação à coleta de lixo, o serviço no Estado manteve uma cobertura similar à de 2014 – 93,6% em 2015 frente aos 93,4% de 2014. Quanto aos filtros de água, cerca de 50% dos equipamentos utilizados na região estão em residências de Goiás. Ao todo, são 1,6 milhão dos 3,1 milhões do Centro-Oeste.

Para o presidente nacional da Abes, Roberval Tavares de Souza, apesar da boa posição de Goiás, ainda há muito trabalho a ser feito. “Os governantes precisam colocar o saneamento básico como prioridade da gestão. É uma questão de saúde pública. Estudos apontam que a cada R$ 1 investido reduz a necessidade de investimento de R$ 4 em Saúde”, afirma Souza. 

Aparecida de Goiânia

Aparecida de Goiânia é a maior cidade do interior de Goiás com 600 mil habitantes e uma das que traz uma preocupação maior em relação ao saneamento básico, pois apenas 20% da população possuem acesso ao serviço. Em reunião realizada com o presidente da Saneago, Jales Fontoura de Siqueira, o prefeito, Gustavo Mendanha (PMDB), pediu agilidade na instalação da rede de água e esgoto, mesmo que seca, para que o governo federal libere a verba de pavimentação de ruas da cidade.

De acordo com o presidente da Saneago, a cobertura do fornecimento de água em Goiás é satisfatório, mas o esgotamento sanitário ainda é um desafio. “Trabalhamos para conseguir atender 80% da população com este serviço até o fim de 2018. As obras estão em andamento”, afirma o presidente.

Em relação a Aparecida de Goiânia, Fontoura afirma que R$ 200 milhões já foram investidos e o meso valor também deve ser colocado nas obras de saneamento básico da cidade. “Como Aparecida não tem água, é preciso fazer uma linha direta do Sistema Mauro Borges, que vai demorar um pouco mais para ficar pronto. Mas em pouco mais de dois anos esperamos também solucionar parte do problema, com 80% da população com acesso aos serviços de água e esgoto”, afirma o presidente. 

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