Operação da PF combate crimes cibernético em Goiás

Cerca de 100 policiais federais cumpriram os 37 mandados judiciais, sendo quatro mandados de prisão preventiva, 15 mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão

Postado em: 22-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Cerca de 100 policiais federais cumpriram os 37 mandados judiciais, sendo quatro mandados de prisão preventiva, 15 mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão

Caio Marx

A Polícia Federal deflagrou ontem (21) a segunda fase da Operação Darkode, com objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes contra o sistema bancário, por meio eletrônico, além de investigar a negociação de informações úteis à prática de crimes cibernéticos.  Foram cumpridos 37 mandados judiciais em Goiás, além dos estados do Pará, Tocantins, Santa Catarina e no Distrito Federal. A estimativa é que o esquema tenha causado prejuízo superior a R$ 2,5 milhões.

Ontem, cerca de 100 policiais federais cumpriram os 37 mandados judiciais, sendo quatro mandados de prisão preventiva, 15 mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão em residências e em empresas vinculadas ao grupo investigado, com o objetivo de colher provas contra outros integrantes e beneficiários da organização, bem como identificar e apreender bens adquiridos ilicitamente.

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Segundo a PF, o líder do grupo criminoso cujo nome não foi revelado, cumpre pena no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, imposta por sentença condenatória da 11ª Vara Federal de Goiânia em decorrência da prática de crime cibernético.

Ainda de acordo a PF, o nome da operação faz alusão ao fórum internacional intitulado Darkode, criado em 2007, com o propósito de reunir os maiores e os mais especializados hackers e criminosos cibernéticos em um único ambiente virtual. As diligências foram realizadas nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis e Senador Canedo, além do Pará, Tocantins, Santa Catarina e Distrito Federal.

Primeira fase

Em julho de 2015 foi deflagrada a primeira fase da operação, foram cumpridos sete mandados judiciais em Goiânia, sendo dois de prisão e um de condução coercitiva, além de quatro de busca e apreensão. A ação foi coordenada por forças policiais de diversos países contra hackers que se comunicavam por intermédio de um sítio eletrônico denominado Darkode.

Entre os presos na época da primeira fase estava um homem que participava desde 2013 de um fórum privado na web, chamado Darkode, voltado a hackers do  mundo inteiro. Na comunidade eles trocavam experiências sobre as ações criminosas, além de oferecerem serviços e venda de programas que possibilitavam os crimes.

O suspeito, que já foi preso pela PF em 2006 e 2009, também em ações contra crimes cibernéticos, foi localizado pelos policiais no Jardim Goiás. O outro preso trabalhava com ele, mas não participava do fórum de hackers.

Na deflagração da primeira fase da operação, o delegado do Serviço de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, ressaltou que havia diversas formas de atuação entre os membros. Alguns criavam programas que infectam os computadores por meio de spams para extrair os dados das máquinas e enviavam as informações das contas bancárias ao hacker.

Os suspeitos enviavam e-mails com links que levavam as vítimas a baixar programas, que iriam fornecer as informações pessoais e os dados bancários, ou disponibilizavam os mesmos links em sites da internet e até mesmo em falsas páginas de bancos.

O empresário Daniel Bichuet Silva, preso desde a primeira fase da Operação, comprou, por meio de fraudes bancárias na web, um apartamento de mais de R$ 1 milhão em Goiânia.

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