Segunda-feira, 01 de julho de 2024

PF diz que irregularidades na venda de carnes são pontuais

De acordo com a corporação, a apuração das irregularidades “não representam um mau funcionamento generalizado do sistema de integridade sanitária brasileiro”

Postado em: 22-03-2017 às 08h00
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: PF diz que irregularidades na venda de carnes são pontuais
De acordo com a corporação, a apuração das irregularidades “não representam um mau funcionamento generalizado do sistema de integridade sanitária brasileiro”

Após deflagrar a Operação Carne Fraca, na última
sexta-feira (17), que bloqueou R$ 1 bilhão de empresas suspeitas de “maquiar”
carnes vencidas e as reembalarem para venda, a Polícia Federal reconheceu ontem
(21) que as investigações tratam de desvios praticados por “alguns servidores”.
De acordo com a corporação, a apuração das irregularidades “não representam um
mau funcionamento generalizado do sistema de integridade sanitária brasileiro”.

As declarações foram divulgadas nesta noite pela PF e pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), após encontro do
secretário-executivo da pasta, Eumar Roberto Novacki, com o diretor-geral da
corporação, Leandro Daiello. O foco da operação, segundo os órgãos, é a
eventual prática de crimes de corrupção por agendes públicos.

“O sistema de inspeção federal brasileiro já foi auditado
por vários países que atestaram sua qualidade. O SIF [Serviço de Inspeção
Federal] garante produtos de qualidade ao consumidor brasileiro”, afirmaram a
PF e o ministério em nota conjunta.

Continua após a publicidade

Ao dar detalhes das investigações, na última sexta-feira, a
PF informou que essa é, em números, a maior operação já realizada no país.
Cerca de 1.100 agentes federais cumpriram 309 mandados judiciais em sete
estados, para buscas e prisões temporárias de suspeitos de fazer parte do
esquema. Segundo a investigação, frigoríficos envolvidos “maquiavam” carnes
vencidas com ácido ascórbico e subornavam fiscais federais para que eles
autorizassem a comercialização de produtos já impróprios para consumo.

Repercussão negativa

Desde a deflagração da Carne Fraca, o governo federal reagiu
argumentando que as fraudes representam um “fato isolado” e que a inspeção
brasileira é “forte, robusta e séria”. Em um gesto para mostrar que não há
preocupações generalizadas, o presidente Michel Temer se reuniu com
embaixadores estrangeiros em uma churrascaria, no último domingo (19), após
apresentar números de que a operação atingiu apenas 33 dos 11 mil funcionários
do Ministério da Agricultura.

Na tarde desta terça-feira (21), a Associação Nacional dos
Peritos Criminais Federais (APCF) também fez críticas à operação. De acordo com
a entidade, as afirmações sobre “dano agudo à saúde pública” que vieram à tona
nos últimos dias “não se encontram lastreadas pelo trabalho científico” dos
peritos da corporação.

“A atuação adequada dos peritos criminais federais nas
demais etapas do procedimento investigatório, e não apenas no seu início e na
sua deflagração, teria propiciado a correta interpretação dos dados técnicos em
apuração, assim como a definição dos procedimentos técnico-científicos
necessários para a materialização de crimes de fraude alimentar eventualmente
cometidos pelas indústrias sob suspeição. Além disso, sem sombra de dúvida,
teria poupado o país de tão graves prejuízos comerciais e econômicos”, disse a
APCF. (Agência Brasil)

Veja Também