Justiça manda suspender greve dos motoristas de ônibus

Paralisação aumentou aglomerações nos terminais | Foto: Reprodução

Postado em: 12-05-2021 às 07h52
Por: Daniell Alves
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Paralisação aumentou aglomerações nos terminais | Foto: Reprodução

Com a greve no transporte coletivo, somente 10% da frota da Metrobus, que realiza o serviço no Eixo Anhanguera, operou ontem (11) na Capital, de acordo com o RedeMob Consórcio. Mesmo após liminar da Justiça do Trabalho suspender a greve dos motoristas. A decisão foi dada pelo desembargador Mário Sérgio Botazzo, do Tribunal Regional do Trabalho de Goiás (TRT), a pedido do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET).

Conforme apurado pela reportagem, na manhã de ontem, os terminais de Goiânia registraram bastante movimento e aglomerações. Segundo os usuários do transporte, os poucos ônibus que estavam circulando do Eixo eram escoltados pela Polícia Militar.

De acordo com o Sindcoletivo, que representa os trabalhadores da categoria, entre as reivindicações estão a vacinação contra Covid-19 e o reajuste salarial. Eles relatam que muitos colegas já foram contaminados pelo coronavírus e alguns até morreram em decorrência da doença. O grupo argumenta que fica muito exposto devido ao trabalho que desempenham.

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Outra paralisação semelhante também aconteceu no início do último mês, quando os motoristas cruzaram os braços para serem incluídos nos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19. Eles se reuniram em frente a garagem da Metrobus por horas com este pedido.

Contudo, para a inclusão no cronograma de imunização, é necessário que o Ministério da Saúde (MS) autorize após pedido feito pelo Estado. A inclusão aconteceu com os profissionais da área de segurança, que por um período foram vacinados, mas a medida foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Sem acordo

Na segunda-feira (10), representantes do SET se reuniram com membros do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindcoletivo), que representa os motoristas. Porém, o encontro terminou sem um acordo entre as partes.

Depois da reunião, os motoristas chegaram a ameaçar nem mesmo ligar os ônibus. O TRT definiu a medida dos motoristas como abusiva. “Desembargador entendeu a abusividade do exercício do direito de greve dos trabalhadores e deferiu o pedido determinando que o sindicato dos trabalhadores suspenda a paralisação. A decisão ainda determina multa diária de R$ 10 mil ao Sindcoletivo, em caso de descumprimento”, informou o SET.

De acordo com o sindicato empresarial, agentes da Polícia Militar se manterão nas garagens dando apoio à decisão, garantindo a operação das concessionárias e a segurança dos motoristas.

Data-base

Além disso, os motoristas afirmam que ainda não foram procurados para negociar a data-base, que deveria ter acontecido no mês de março. Somente a Metrobus teria apresentado uma proposta que não agradou totalmente os profissionais da estatal.

Um motorista, que prefere não se identificar, diz a proposta da empresa estatal se aproveita de negociações que não deveriam ser postas à mesa. “A Metrobus propõe devolver os 3% de anuênio que era da proposta do ano passado, não poderia ser objeto de negociação e eles subtraíram em março. Eles estão usando isso para negociação”, frisa.

Embarque prioritário

Em dois meses de funcionamento, o embarque prioritário no transporte público de Goiânia não resolveu o problema das aglomerações dentro dos ônibus e terminais. Os ônibus têm circulado com usuários acima da capacidade permitida pelo decreto, que é de 50% com todos os passageiros sentados. O especialista em Trânsito, Marcos Rothen, afirma que, a cada dia, os problemas no transporte se agravam.

São verificadas superlotações nos principais terminais de Goiânia em horários de pico, a exemplo do Terminal Praça A, Terminal Vera Cruz e do Recanto do Bosque. Atualmente, de acordo com a Companhia Metropolitana de Transporte Público (CMTC), cerca de 100 mil pessoas estão cadastradas no embarque prioritário.

O presidente da CMTC, Domingos Sávio Afonso, explica que o que tem ocorrido nos terminais e ônibus está permitido de acordo com o decreto. “Podemos transportar os passageiros com 50% da capacidade do veículo. Nós estabelecemos que 85 pessoas é a quantidade máxima. Pelo decreto é possível ter 32 pessoas sentadas e 12 pessoas em pé”, diz. Contudo, o decreto estabelece que “o transporte de passageiros, público ou privado, urbano e rural” não deve exceder 50% e não deve exceder a capacidade de passageiros sentados. (Especial para O Hoje)

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