Denunciada quadrilha que se disfarçava de policiais

A operação desvendou a existência de três organizações criminosas independentes que possuíam conexões entre si e com outras ainda sob investigação

Postado em: 24-03-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A operação desvendou a existência de três organizações criminosas independentes que possuíam conexões entre si e com outras ainda sob investigação

Caio Marx

Em desdobramento da Operação Hicsos, deflagrada em fevereiro deste ano, pelas Polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar e com apoio do Ministério Público de Goiás, estão sendo denunciados 37 envolvidos em roubos a cargas de alto valor no Estado de Goiás.

O promotor de Justiça Leonardo Seixlack Silva, da 12ª Promotoria de Justiça de Aparecida de Goiânia, ofereceu três denúncias contra 37 envolvidos em crimes de organização criminosa armada, roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas, emprego de arma, restrição de liberdade da vítima e transporte de veículo automotor para outro ente federativo; receptação qualificada e lavagem de dinheiro. 

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Dos denunciados, 36 estão presos cautelarmente por decisão da juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães, da 2ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia. A operação foi deflagrada após decisão judicial da magistrada, que expediu 82 mandados judiciais, dos quais 37 mandados de prisão preventiva, 14 de condução coercitiva e 31 de busca e apreensão. 

A operação desvendou a existência de três organizações criminosas independentes que possuíam conexões entre si e com outras ainda sob investigação. A primeira denúncia é da organização criminosa liderada por Bruno Rodrigues Pereira por praticar 11 roubos a cargas, nas cidades goianas de Jaraguá, Cromínia, Nerópolis, Damolândia, Professor Jamil, Nova Veneza, Anápolis e Alexânia. 

A segunda denúncia é da organização criminosa liderada por Gabriel Olegário da Silva Souza, responsável pela prática de roubos a cargas em Aparecida de Goiânia, Hidrolândia, Jaraguá e Distrito Federal. A terceira denúncia é da organização criminosa liderada por Peterson Vitor Pimenta de Queiroz que praticou roubos de cargas em Santo Antônio do Descoberto e em Bela Vista de Goiás.

Roubo

Segundo apurado, os assaltantes utilizavam coletes de fiscalização e veículos equipados com sirenes e giroflex para se passarem por policiais. Quando avistavam uma vítima em potencial, acionavam a sirene e o giroflex e ordenavam que o motorista parasse o caminhão. O grupo, então, exigia que o motorista apresentasse a nota fiscal da carga, para avaliar o valor e a natureza dos produtos transportados.

Assim que verificava que a carga era de alto valor, anunciava o assalto. Parte do grupo se encarregava de instalar dispositivos bloqueadores de sinais no caminhão (conhecidos como “capetinha”, utilizados para evitar que o veículo fosse rastreado) e transportá-lo até o receptador para o transbordo da carga, enquanto outra parte era responsável por levar o motorista até um cativeiro e mantê-lo sob a mira de arma de fogo até que a carga fosse efetivamente entregue ao receptador e o veículo abandonado em uma rodovia.

A denúncia aponta que havia receptadores em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal. Em muitos casos, houve o transporte do caminhão até outro ente federativo, principalmente ao Distrito Federal.  

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