Viaduto da Enel será inaugurado em outubro, diz prefeitura

Segundo a pasta, o motivo do atraso é devido aos remanejamento de postes da Enel, reajuste de projeto e a crise no mercado de aço | Foto: Reprodução

Postado em: 17-05-2021 às 08h57
Por: João Paulo
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Segundo a pasta, o motivo do atraso é devido aos remanejamento de postes da Enel, reajuste de projeto e a crise no mercado de aço | Foto: Reprodução

O viaduto que será construído na rodovia BR-153 e é popularmente conhecido como viaduto da Enel será concluído em outubro, de acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra). Segundo a pasta, o motivo do atraso é devido aos remanejamento de postes da Enel, reajuste de projeto e a crise no mercado de aço. Até o momento, 45% das obras estão concluídas.  

A obra é realizada no KM 498, no sentido Norte, e irá ligar o Setor Universitário ao Jardim Novo Mundo. Entre os bairros que devem ser beneficiados estão o Água Branca, Jardim Califórnia, Chácara Califórnia, Aruanã III, Jardim Califórnia – Parque Industrial, Residencial Sonho Verde, Residencial Sonho Verde Complemento, Residencial Vale do Araguaia, Vila Maria Luiza, Vila Martins e Vila Martins Extensão.

Esse é, ao menos, o terceiro adiamento na entrega do complexo. A obra teve início em setembro de 2019, pelo então prefeito de Goiânia Iris Rezende. Os trabalhos eram para ser entregues em março de 2020. Porém, por causa da pandemia, os trabalhos ficaram comprometidos. As obras retomaram em maio do ano passado. 

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O novo prazo dado foi março de 2021, mas, com o novo imbróglio, não foi possível o cumprimento. Junho também foi um mês apresentado como conclusivo, mas, agora, o prazo oficial é para o antepenúltimo mês do ano. “No primeiro momento da pandemia, com o lockdown, as grandes usinas desligam os fornos que precisam de 90 dias para atingir a temperatura ideal. Quando religaram, a demanda era muito grande e também houve falta de material. Consequentemente, o preço do aço mais que dobrou”, explicou o secretário titular da pasta em fevereiro deste ano ao O Hoje, Luiz Bittencourt. 

Andamento

Muito da obra já está concluída, como serviços de terraplanagem, muro de contenção, montagem das vigas metálicas, escavação, nivelamento e compactação das camadas de aterro. A Seinfra destaca que, para a construção do viaduto, serão utilizadas oito vigas de 54 metros de comprimento, sendo de 2,5 metros de altura por 0,50 metros de largura. Cada uma dessas vigas pesa 37,5 toneladas. No total, serão 300 toneladas de aço para sustentar a pista. 

“O prefeito Rogério Cruz quer normalizar e acelerar o andamento das obras e nós já alinhamos com a empresa que está desenvolvendo esse projeto e todas as dificuldades que existiam do ponto de vista burocrático estamos superando e acredito que a continuidade vai se dar logo agora no fim do período chuvoso”, afirma o atual secretário da pasta, Fausto Sarmento. 

O titular classifica a obra como “relevante” e diz que a mesma contribui com o tráfego na região. Ele lembra que, atualmente, a travessia da BR-153 é feita pela Avenida Anhanguera, no Setor Universitário, ou pelas avenidas C e Santos, no Jardim Goiás e Jardim Novo Mundo, respectivamente “Ela é muito importante para a nossa população pois, ao ser inaugurada, ela vai promover a integração de duas partes do município que são cortadas pela BR-153. A obra está caminhando bem e quando ficar pronta vamos ter um trânsito fluindo bem melhor e até desafogando a rodovia em alguns momento”, pontua. 

O elevado tinha o valor inicial de R$ 7.592.334,83 oriundos do Tesouro Municipal. Porém, até fevereiro, o custo aumentou R$ 350 mil por causa de uma alteração do projeto geométrico do viaduto construído numa área não desapropriada. A mudança aumentou o volume do aterro, que subiu de 11.729,00 metros cúbicos para 30.971,00 metros cúbicos. 

Viadutos são obras ultrapassadas, avalia especialista  

O engenheiro de Transportes que atua junto ao Instituto Federal Goiano, Marcos Rothen, afirma que se fazem mais viadutos que o necessário atualmente. “São obras ultrapassadas que se deterioram. As melhorias são paliativas e ficam restritas apenas no trecho onde foi implantado”. 

O especialista usa como exemplo os viadutos da Avenida T-63 e da Praça do Chafariz que ficam congestionados em horários de pico. Marcos ainda afirma que é preciso ter mais planejamento das obras viárias. 

“A gente teria que ter mais organização da mobilidade para a cidade fluir da melhor forma. As obras não parecem ter confluência de planejamento”. Marcos cita que as obras viárias que estão sendo feitas pela prefeitura de Goiânia são onerosas e o dinheiro investido nelas deveria ser direcionado para solucionar milhares de outros problemas do trânsito da cidade que deveriam ser priorizados.

Ele ainda afirma que a solução para o transporte da Capital seria o investimento em transporte público. “O investimento no BRT é importante, mas está sendo realizado no local onde é mais fácil de ser implantado e não onde precisa”.

O especialista afirma que a prioridade para instalação do BRT deveria ser na Avenida 85, onde é mais complicado de ser implantado. “A Rua 90, no Setor Marista ou a Goiás Norte nunca foi de grande movimento, o maior fluxo é na Avenida 85”. Ele avalia que a trincheira da Rua 90 foi uma obra que custou muito dinheiro e trouxe um benefício à altura do investimento para a população.

O engenheiro de transportes diz que é preciso organizar o trânsito com investimentos em novas estruturas. “Os recursos foram aplicados onde foi mais fácil de ser feito. Não construíram nada novo. Estão apenas refazendo estruturas que já existiam anteriormente”. Marcos ainda afirma que o recurso é pequeno, mas deveria estar sendo gasto no que é prioridade para melhorar o trânsito. 

Estudo

O Crea apresentou em março de 2019 um relatório de vistoria das Obras de Arte Especiais (OAEs) de Goiânia, feito em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do estado de Goiás (Ibape). O estudo foi feito com o intuito de garantir a segurança da população goianiense, recolhendo dados para a elaboração de um plano de vistorias e inspeções periódicas de pontes e viadutos, além de estabelecer critérios de priorização para intervenções corretivas.

“O principal problema é a falta de controle do sistema de drenagem, precisamos de um sistema de drenagem que funcione. Para isso, são necessários elementos baratos e fáceis. 

Em nossa conclusão apresentamos que as primeiras intervenções necessárias são de custo baixo e devem ser feitas em curto prazo e de maneira generalizada”, afirmou o diretor da Escola de Engenharia da PUC, Fábio Simões, ao ressaltar que quase 80% das pontes no município apresentavam esse tipo de problema. (Especial para O Hoje)

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