Metade do grupo com comorbidades não se vacinou

SES pode ter superestimado população com comorbidades

Postado em: 08-06-2021 às 08h14
Por: Daniell Alves
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SES pode ter superestimado população com comorbidades | Foto: Reprodução

Mais da metade da população com comorbidades no Estado ainda não se vacinou contra a Covid-19. O Ministério da Saúde (MS) já destinou 616 mil doses de imunizantes contra a doença para pessoas com comorbidades no Estado, mas até a última atualização, apenas 259.568 foram aplicadas, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (SES-GO). O número mostra que 59% da população que integra a categoria ainda não procurou um posto de vacinação. 

As mais de 259 mil pessoas desse grupo tomaram a primeira dose e apenas 1.498 foram totalmente imunizadas com as duas aplicações, o que representa cerca de 40% das doses destinadas. Contudo, a baixa procura ainda não tem uma resposta por parte da SES. Há possibilidade da pasta ter superestimado o número de pessoas com comorbidades e ter feito um cálculo acima do real.

Também há a hipótese de as pessoas não estarem buscado as vacinas por medo ou falta de informação. É o que aponta a superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Flúvia Amorim. Segundo ela, a possibilidade foi levantada desde quando o cronograma de vacinação do grupo foi iniciado, na primeira semana de maio. A superintendente aponta que houve diversas chamadas, busca ativa por parte dos municípios e “não chegou [para ser vacinado] aquele quantitativo que era esperado”. 

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Além disso, entre as principais preocupações da Saúde neste momento estão as possíveis fraudes em atestados médicos para comprovar falsas comorbidades e conseguir a imunização contra a Covid-19. Flúvia explica que a preocupação é no sentido de constituir em uma ilegalidade, porém não acredita que isso tenha acontecido de forma significativa a ponto de atrapalhar o avanço da imunização no Estado.

“O quanto isso está acontecendo, é difícil saber, já que não cabe à Secretaria fazer esse tipo de investigação, e sim à Polícia. A orientação que o Ministério Público tem dado é que em caso de suspeita de fraude, é preciso entrar em contato com o MP ou com a própria polícia, fazendo boletim de ocorrência”, orienta.

Por fim, ela reforça o alerta da manutenção dos cuidados, por parte da população, ao aumento de casos de contaminação da doença percebido nos últimos dias. “A população parece ter a percepção de que a pandemia acabou, existe preocupação quanto ao aumento de casos de contaminação pela Covid-19, que já está acontecendo. Isso, devido ao comportamento das pessoas em fins de semanas e feriados, por exemplo”, finaliza. 

Vacinação 

Levantamento realizado pela SES-GO apurou que, referente à primeira dose, foram aplicadas 1.508.742 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 656.553 pessoas. Esses dados são preliminares e coletados no site Localiza SUS do Ministério da Saúde. Há 17.429 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,81%. Há 364 óbitos suspeitos que estão em investigação.

Novo lote

No último fim de semana, o Estado recebeu o quinto lote de vacinas fabricadas pela Pfizer/BioNTech, com 21.060 doses. Logo após a chegada no Aeroporto Internacional Santa Genoveva, o carregamento seguiu para a Central Estadual de Rede de Frio da SES, na Capital.

Devido à questão do armazenamento das doses, que precisam de condições especiais, a nova remessa deverá ser usada em pessoas residentes em Goiânia, Anápolis, Trindade e Aparecida de Goiânia. “Essa remessa é totalmente direcionada para a aplicação da primeira dose. Iremos vacinar a população geral, iniciando a faixa etária de 59 anos”, afirma Clarice Carvalho, gerente de Imunização da SES.

“Nossa preocupação é avançarmos o máximo possível na vacinação”, destaca o titular da Secretaria, Ismael Alexandrino. O secretário reforça, também, que a população deve manter todos os cuidados sanitários e o permanente estado de alerta. “A pandemia está aí e não temos, no curto prazo, perspectiva para nos comportamos como se estivesse tudo normal”, diz. (Especial para O Hoje)

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