Pesquisa revela que poluição sonora no Parque Vaca Brava está acima do permitido

A pesquisa foi realizada por Edson Mirando Marques, formando em Licenciatura em Física do Instituto Federal de Goiás

Postado em: 05-04-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A pesquisa foi realizada por Edson Mirando Marques, formando em Licenciatura em Física do Instituto Federal de Goiás

Caio Marx

Em uma recente avaliação dos níveis de pressão sonora do Parque Vaca Brava, um dos locais públicos mais populares de Goiânia, constatou-se que os frequentadores do local estão expostos a níveis nocivos de poluição sonora. A pesquisa foi realizada por Edson Mirando Marques, formando em Licenciatura em Física do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Goiânia.

A pesquisa teve por objetivo verificar os níveis de pressão sonora aos quais as pessoas que visitam o parque são submetidas em diferentes dias e horários. O interesse pelo local recaiu no fato de que muitos goianienses procuram o Parque Vaca Brava para atividades de lazer e descanso diariamente. Além disso, trata-se de um espaço público que se destaca por estar localizado numa região nobre de Goiânia, no setor Bueno, que é bastante urbanizado.

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Para o médico Laércio Majadas, de 52 anos, os ruídos gerados principalmente pelo trânsito intenso em volta do parque é preocupante e pode gerar efeitos negativos para a saúde de pessoas que são submetidas a elevados níveis de pressão sonora. “Se as pessoas ficarem expostas durante muito tempo a esses níveis de pressão sonora elevados, terão a saúde afetada negativamente com distúrbios de sono, deficiência auditiva e estresse”, destacou o médico.

Para a pesquisa, o estudante delimitou oito pontos de monitoramento de níveis sonoros no Parque Vaca Brava, sendo cinco externos e que englobam as esquinas e as vias de tráfego que ficam nas proximidades do parque, e mais três pontos internos, próximos ao lago. Utilizando-se de instrumentos que atendem às especificações técnicas para medições, obtiveram-se resultados alarmantes. Nenhum dos pontos do Parque Vaca Brava, em nenhum dos dias e horários de medições, apresentaram níveis de ruído enquadrados na legislação aplicada.

O estudante realizou as medições em três dias, sendo em uma sexta-feira, das 7 às 8h30, em um sábado, das 16h30 às 18h40 e em uma segunda-feira, das 19h às 20h20. A escolha por esses dias e horários, segundo o pesquisador, considerou a rotina dos frequentadores do parque, que costumam fazer caminhadas, nos dias úteis, no início da manhã e/ou da noite. E, nos finais de semana, período em que o público usualmente se acomoda à beira do lago no final da tarde/ início da noite.

Soluções 

Edson Marques sugere a atuação do poder público na solução desse problema. “Cabe ao governo municipal a proposição de políticas públicas em promover uma atuação conjunta entre os órgãos de engenharia de tráfego e meio ambiente, com o objetivo de mitigar o ruído de tráfego nos arredores do parque, bem como na elaboração de campanhas educativas que visem sensibilizar a população sobre os males à saúde decorrente da poluição sonora”. Ele propõe também que haja mais pesquisas e grupos de estudos sobre esse tema nas instituições de ensino públicas e privadas, com aquisição de instrumentos para análise de níveis de ruídos em vários locais da cidade.

Cabe às agências ambientais de cada município normatizar e estabelecer quais os limites para as zonas especificadas em suas cidades. No caso específico do Parque Vaca Brava, uma Instrução Normativa da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) estabelece que os pontos enquadrados como ‘zona residencial urbana’ são limitados a 55 decibéis (dB) no período diurno, e 50 dB no período noturno. 

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