Prefeito de Joviânia é investigado por aglomeração em festa por ter se curado de Covid-19

Renis Eustáquio Gonçalves, prefeito de Joviânia, município ao sul de Goiás, foi afastado do cargo por 120 dias a pedido do Ministério Público (MP), por improbidade administrativa. Ele é alvo de uma apuração sobre uma festa com carreata não autorizada realizada no dia 28 de maio, resultando em aglomeração de pessoas. Seu filho, Renis Eustáquio Gonçalves Filho, e o responsável pelo marketing do município, Eloy Pereira Tavaves Neto, também estão sendo investigados.

O autor da ação, o promotor de Justiça Leandro Koiti Murata, afirma que os acusados teriam feito uma carreata em comemoração à alta médica após internação hospitalar do prefeito, que precisou de cuidados por complicações do Covid-19. A concentração de pessoas exige comunicado às autoridades competentes, tais como o Ministério Público, Poder Judiciário e Polícia Militar (PM).

Segundo a liminar, deferida pela juíza Daniela Cláudia Le Sueur Ramaldes, os investigados são proibidos de adentrar prédios públicos municipais, com exceção de hospitais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Eles ainda tiveram seus bens bloqueados, no valor de R$500 mil cada um.

Além de reunir público, o evento com fogos de artifício e carros de som teria utilizado símbolos da prefeitura, o que pode ser uma atividade ilícita com o aval do próprio município. Após a carreata, os acusados serviram também um jantar na feira coberta da cidade, em utilização de espaço público sem permissão. Parte dos presentes não usava proteção facial. “Esse fato e a influência política foram tamanhas que a própria PM e fiscais da Saúde confirmaram não ter sido possível a adoção de medidas legais cabíveis”, informou o promotor.