Vacina acaba em 80% dos municípios goianos

Goiânia também deve interromper a vacinação a qualquer momento por falta de doses

Postado em: 17-06-2021 às 07h43
Por: Daniell Alves
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Goiânia também deve interromper a vacinação a qualquer momento por falta de doses | Foto: Reprodução

Cerca de 80% dos municípios do interior já estão sem doses de vacinas contra a Covid-19 há alguns dias. A informação é da presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde, Verônica Savatin. Por isso, grande parte deles teve que interromper a vacinação, a exemplo de Goianésia e Caldas Novas. Goiânia também pode interromper o cronograma por falta de doses. A Capital recebeu até o momento 743.387 e aplicou 709.885 doses. O município de Trindade também anunciou o interrompimento da aplicação da primeira dose na cidade por falta de distribuição de novas remessas por parte do Governo Federal.

Verônica aponta para a necessidade do Estado de fazer uma redistribuição de doses nas cidades para que Goiás atinja o mesmo percentual de vacinação em todos os municípios.  Isto porque algumas cidades já vacinaram 50% da população e outras não chegaram a 20%. “Os municípios se organizaram para realizar a campanha com o maior número de pessoas vacinadas em um dia. Podemos equiparar a distribuição de vacinas”, diz. 

A presidente explica que a distribuição das doses é realizada proporcionalmente aos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, como os dados estão desatualizados, os números podem não bater. “Não é possível fazer um dimensionamento com números de 10 anos atrás. Nós temos municípios que tiveram um acréscimo populacional significativo”, ressalta. 

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Com relação à estimativa apontada pelo governador Ronaldo Caiado de vacinar toda a população goiana acima de 18 anos até setembro, ela diz que é possível. “Se nós tivermos regularidade de doses semanalmente acredito que conseguiremos chegar nesse quantitativo no final de setembro”, avalia. 

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal (SMS) de Goiânia para um posicionamento sobre uma possível falta de doses. Em nota, a Secretaria esclarece que para que a estratégia do final de semana seja criada, é necessário aguardar a quantidade de doses que serão aplicadas hoje, bem como o recebimento de novas vacinas por parte do Ministério da Saúde. “Só assim será possível verificar a possibilidade de continuar o processo de vacinação neste final de semana”, diz. 

Gestão das doses

A gestão das doses na Capital obedece a orientação do Ministério da Saúde (MS) de reservar 30% das doses recebidas para os grupos prioritários, enquanto os outros 70% são dirigidos para o público geral, por idade, em ordem decrescente, de acordo com o recebimento de doses. Reforçando a importância de completar o esquema vacinal para ampliar a resposta do sistema imunológico, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) orienta aqueles que estão com atraso na segunda dose da vacina Coronavac a ir até a UPA Jardim América. Até ontem (16), a SMS ainda estava imunizando pessoas sem comorbidades a partir de 52 anos. 

Goiânia já ultrapassou a marca de 700 mil doses aplicadas contra a doença. Do total, foram mais de 490 mil de primeira dose e cerca de 215 mil de segunda dose.

Sputnik

O governador Ronaldo Caiado celebrou a autorização, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dada ao Governo do Estado para importação excepcional de 142 mil vacinas Sputnik V, produzidas pela Rússia. Goiás tornou-se um dos estados do Centro-Oeste a avançar na negociação de imunizante alternativo para a população. 

Mas mesmo com o aval da Anvisa, ainda não há previsão para chegada da vacina Sputnik V a Goiás. “É uma vitória que divido com toda minha equipe da Secretaria da Saúde, após articulações que vinham de longa data”, disse, durante coletiva de imprensa, após vistoria da reforma e ampliação da Praça de Esportes do Setor Pedro Ludovico, em Goiânia.

Os imunizantes vão ser utilizados em 71 mil goianos com a primeira dose e o reforço, o que equivale a 1% da população. “Esse é o limite permitido pela Agência para estados que pediram autorização. O importante é vacinar a nossa gente”, disse Caiado. “A Anvisa impõe regras que, enquanto não forem atendidas, não se pode falar em datas de recebimento das vacinas”, afirmou. Ele também disse que outras negociações estão em andamento, mas só adiantará detalhes quando estiver munido de acertos concretos. (Especial para O Hoje)

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