Servidores revelam fraude na SMT

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na Secretaria Municipal de Trânsito ouviu nesta segunda-feira mais três agentes que já

Postado em: 18-04-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na Secretaria Municipal de Trânsito ouviu nesta segunda-feira mais três agentes que já ocuparam cargos de direção ou gerência de fiscalização no órgão para esclarecer o paradeiro de 7150 cavaletes pagos pela pasta no período de um ano. O próprio sistema da SMT informa que André Luiz Gonçalves, Wander Alves de Aguiar e Alfredo Luiz de Souza Júnior seriam os responsáveis pela retirada de 5,8 mil cavaletes entre 2015 e 2016, mas todos afirmaram que não fizeram o procedimento e que as matrículas e as senhas foram utilizadas indevidamente. “Isso é crime e representa mais um forte indício de que esses cavaletes nunca existiram e a retirada foi fraudada”, destaca o presidente da CEI, vereador Elias Vaz (PSB).

Segundo o sistema da Secretaria, André Luiz Gonçalves teria retirado 2,7 mil cavaletes no dia 02 de março de 2015. Wander Alves de Aguiar teria feito três retiradas: de 25 cavaletes em junho de 2015; de 2,4 mil em fevereiro de 2016 e de mais 250 em maio de 2016. Já Alfredo Luiz de Souza Júnior seria o responsável por retirar outros 500 cavaletes em novembro de 2016. Além de ressaltar que não fizeram o procedimento,  os servidores afirmaram não saber do paradeiro desses cavaletes. “Quando assumi a Diretoria de Fiscalização, em agosto de 2016, havia no máximo 50 cavaletes na Secretaria”, disse em depoimento Alfredo Júnior.

Os três também informaram nunca ter visto os quatro mil cavaletes que foram atestados pela ex-diretora administrativa Maria Bernadete dos Santos depois de ter saído da SMT. Ela própria afirmou à CEI que não tem certeza de que todo o material foi entregue.

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A CEI comprovou que de maio a outubro de 2015 a SMT informa a entrega de 6.650 cavaletes. Os servidores efetivos da Secretaria foram unânimes: sequer há estrutura física para receber tantos cavaletes e não há necessidade de todo o material de uma vez só. “Nunca chegou esse tanto de cavalete na SMT”, garantiu Wander Alves de Aguiar, gerente de fiscalização de maio de 2015 a junho de 2016. “Por ano, o gasto médio seria de mil cavaletes. Dois mil só se for um ano extraordinário. Esse número é um verdadeiro absurdo”, explicou Alfredo Júnior, diretor de fiscalização de agosto a dezembro de 2016.

Nem quando a tocha olímpica passou por Goiânia, evento que exigiu atuação da SMT num percurso de 20 quilômetros, foram usados tantos cavaletes.

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