Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Polícia investiga jovens suspeitos de participar do jogo da baleia azul

Problema que se iniciou na Rússia, previamente por notícias falsas, se tornou verdade e causa problemas no Brasil

Postado em: 22-04-2017 às 09h50
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Polícia investiga jovens suspeitos de participar do jogo da baleia azul
Problema que se iniciou na Rússia, previamente por notícias falsas, se tornou verdade e causa problemas no Brasil

Wilton Morais 

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) investiga a participação de quatro jovens no jogo Baleia-Azul, em Goiânia. De acordo com a Policia Civil (PC), os jovens possuem marcas de ferimentos nos braços, além disso, a policia investiga algumas publicações suspeitas nas redes sociais dos jovens. 

De acordo com a delegacia, a orientação é que os pais busquem conhecer a realidade comportamental de seus filhos, pelo fato, das crianças não terem condições psicológicas como um adulto. Há outros relatos sobre o jogo na DPCA, mas não necessariamente de crimes. Alguns adolescentes, por exemplo, criaram grupos para discutir a ação.

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Conforme a delegacia, os jovens são coagidos a participar do jogo, sobre ameaça contra familiares. Segundo a delegada titular da DPCA, Paula Meotti, em outras investigações, chegam à delegacia jovens que se auto mutilam. O que é necessário que os pais conheçam a realidade dos filhos, para saberem se alguma questão psicológica está os abalando, ou se é caso de algum crime. 

Crime 

A ação do jogo Baleia-Azul é preocupante, pois colaboram para aumentos de crimes contra a própria vida. Segundo o Centro de Estudos Sobre Tecnologias da Informação e Comunicação (Cetic), em todo o Brasil, um em cada 10 adolescentes, em idade de 11 a 17 anos, acessa conteúdos na internet sobre formas de se ferir. O mesmo estudo aponta que um em cada 20 adolescentes procuram conteúdos sobre como tirar a própria vida. 

O Cetic analisou 19 milhões de internautas brasileiros. Desse numero, foi contatado que 11% dos internautas brasileiros buscam informações sobre mutilação. Outros 6% da rede procuram informações sobre mortes. A Paraíba é o estado que mais apresentam registros de adolescentes envolvidos com o jogo. A PM da Paraíba identificou 20 adolescentes envolvidos. 

O Escritório Brasileiro da Associação Internacional de Prevenção ao Crime Cibernéticos registra tentativas de suicídio e mutilação de adolescentes, em João Pessoa e nas cidades de Campina Grande e Guarabira, associados ao jogo. 

Em Bauru, interior paulista, após ter postado a frase “a culpa é da baleia”, em seu Facebook, um adolescente tentou se jogar do viaduto sobre a Rodovia Marechal Rondon. O caso foi registrado na quarta-feira (19). 

Alerta

O jogo que incita o crime contra a própria vida causou alertas policiais e de saúde, em oito Estados. Entre os quais estão São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Origem 

As primeiras informações sobre o jogo foram dadas, em 2015. A informação era que a “Baleia-Azul”, nome derivado da espécie presente nos Oceanos Atlântico, Pacífico, Antártico e Índico que busca praias, para morrer em vontade própria foi propagado pela Vkontakte (VK), o Facebook russo.

Apesar de entidades denunciarem o caso de ‘fake news’ – notícias falsas, o caso já havia se tornado viral e não parava de avançar. Aproveitando da situação, em grupos fechados e com ações na madrugada, administradores ou os ‘curadores’, lançavam desafios com 50 níveis de dificuldades. A última etapa do jogo mortal consiste em retirar a própria vida. 

O jogo já causou problemas na Rússia, França, Espanha, e agora começa no Brasil. O que se faz necessário cuidado, vigilância e apoio psicológico para evitar maiores tragédias. E principalmente não se envolver com o jogo. 

 

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