Comida feita de xepa de feira será distribuída amanhã

Evento será durante a manhã, na Praça do Ipê, no Setor Bueno, ao lado da feira livre da Rua T-49

Postado em: 28-04-2017 às 09h10
Por: Sheyla Sousa
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Evento será durante a manhã, na Praça do Ipê, no Setor Bueno, ao lado da feira livre da Rua T-49

Da redação

Não jogue comida boa no lixo. É com esse mote que o Slow Food Ipê, convívio goianiense da rede internacional Slow Food, realiza amanhã (29), a segunda edição do Disco Xepa Goiânia, onde mais de 20 chefs da capital e região vão preparar receitas saborosas e nutritivas usando exclusivamente a xepa da feira. O evento vai ser durante toda a manhã, na Praça do Ipê, no Setor Bueno, ao lado da feira livre da Rua T-49, e além da degustação vai oferecer diversas oficinas e música, afinal a palavra “disco” não está a toa no nome. Ao todo são mais de 90 voluntários envolvidos.

A localização do evento foi definida justamente para conscientizar os consumidores de feira sobre o desperdício de alimento que eles mesmos são responsáveis no local. Mais de 1/3 dos alimentos produzidos no mundo acabam no lixo e 10% destas perdas ocorrem na feira porque o cidadão descarta alimentos considerados “feios” – amassados, deformados e machucados – que ainda estão bons para consumo. 

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Pesquisas apontam que 41 mil toneladas de hortifrutis que poderiam estar nos pratos das famílias brasileiras acabam indo para o lixo todo ano. Seria o suficiente para acabar com a insegurança alimentar no País. Em 2013, 52 milhões de brasileiros sofriam sem acesso à comida de em quantidade ou qualidade necessária. No mundo, existe alimento suficiente para 12 bilhões de pessoas, mas atualmente, apesar de semor 7 bilhões de habitantes, cerca de 900 milhões passam fome. Levantamento feito pelo Instituto Akatu, uma ONG que atua estimulando o consumo consciente, aponta que o brasileiro desperdiça diariamente 205 gramas de comida, o que significa que uma família média de quatro pessoas joga no lixo quase 300 quilos por ano de alimento bom para consumo. 

Em Goiânia, ainda há poucas iniciativas que buscam enfrentar o problema do desperdício nas feiras e mercados. O Sesc Mesa Brasil e o Ceasa contam com bancos de alimentos há mais de uma década e ambos buscam alimentos que produtores e vendedores descartariam. Só no banco de alimentos do Ceasa, por exemplo, são resgatados antes de irem para o lixo entre 70 e 90 toneladas por mês de alimentos e mais de 1 mil famílias são atendidas com essa comida. No Mesa Brasil, a média está em torno de 75 toneladas de alimentos captados e 489 entidades cadastradas em todo o Estado. A Prefeitura de Goiânia também conta com um banco de alimentos. Fora isso, as outras iniciativas são bastante esporádicas ou pontuais.

Com a Disco Xepa, o Slow Food Ipê quer chamar a atenção para a responsabilidade de cada pessoa, não apenas evitando o desperdício, mas estimulando amigos e familiares a fazerem o mesmo. Quando a feira está perto do fim e só ficam aqueles hortifrutis mais rejeitados, os preços costumam cair até 40% em média. 

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