Agredido em protesto, estudante Mateus está com pneumonia

Comissão de Direitos Humanos do Senado visita aluno de Ciências Sociais no Hospital de Urgências de Goiânia

Postado em: 05-05-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Comissão de Direitos Humanos do Senado visita aluno de Ciências Sociais no Hospital de Urgências de Goiânia

RHUDY CRYSTHIAN 

O estudante Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, internado após ser agredido durante uma manifestação em Goiânia, está com pneumonia, segundo informou o boletim médico do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) divulgado na manhã de ontem (4). Ele foi submetido a uma tomografia de tórax, na noite anterior, quando os médicos tiveram o diagnóstico. O quadro dele ainda é grave, mas estável.

Na quarta-feira (3), o estudante foi transferido da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) comum para uma humanizada. “Nesse momento ao qual ele está principalmente despertando, os níveis de sedativos estão sendo reduzidos, ele vai passar a receber o convívio familiar. Isso faz com que esses pacientes, que ainda estão com ventilação mecânica, aquele tubinho para poder respirar, possam se sentir um pouco mais seguros”, explica o médico Alexandre Amaral.

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Na manhã de ontem (4), o rapaz recebeu a visita de uma comitiva de senadores que integram a Comissão de Direitos Humanos do Senado. A parlamentar Regina Souza (PT), presidente da comissão, conversou com a família e também quer verificar como estão as investigações do caso.

“Nós vamos fazer uma visita ao secretário de segurança para ver como está o andamento do inquérito, como está a perspectiva de punição porque foi um crime cometido pelo policial e a gente não pode permitir porque senão isso banaliza”, disse.

A agressão de Mateus motivou um bate-boca entre os senadores José Medeiros (PSD-MT) e Lindbergh Farias (PT-RJ), durante sessão na terça-feira (3). José Medeiros discursava sobre a paralisação da última sexta-feira, e chegou a chamar o estudante de “baderneiro”. A afirmação provocou irritação de Lindbergh Farias, que cobrou respeito à vítima da agressão, que está hospitalizada, e a seus familiares.

Policial 

A Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (Assof-GO) realizou nesta quinta-feira (4) um café da manhã em apoio ao capitão Augusto Sampaio, que agrediu o estudante Mateus. Durante o evento, o presidente do órgão, o tenente coronel Alessandri da Rocha Almeida, disse que não condena a atitude do colega e chamou os manifestantes envolvidos naquela situação de “terroristas”.

De acordo com a Assof-GO, cerca de 150 pessoas compareceram à reunião, inclusive o próprio Sampaio, que não quis falar com a imprensa. Alessandri afirmou que o capitão terá todo apoio jurídico necessário e que ele será acompanhado em todos os procedimentos relacionados à investigação do caso. Questionado sobre a atitude do policial durante o protesto, Alessandri disse que não condena seu comportamento. No entanto, fez duras críticas ao comportamento dos manifestantes.

“Poderia ter sido evitado sim [a agressão], se nós tivéssemos uma manifestação pacífica. Eles [os manifestantes] estão usando tática de guerrilha urbana para poder enfrentar a Polícia Militar. E nós temos que acordar para isso”, opinou. 

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