Desemprego é maior entre jovens de 14 a 24 anos, diz Ipea

O valor médio das taxas de desemprego nesse grupotrimestrais subiu de 20%, em 2015, para 27,2%, em 2016

Postado em: 05-05-2017 às 15h00
Por: Toni Nascimento
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O valor médio das taxas de desemprego nesse grupotrimestrais subiu de 20%, em 2015, para 27,2%, em 2016

Moradores da região Norte, pessoas com nível intermediário
de educação (que já completaram o ensino fundamental, mas ainda não o médio) e
os jovens foram os que mais perderam emprego no país, em 2016, segundo a 62ª
edição do Boletim Mercado de Trabalho, divulgado hoje (5) pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O documento mostra que, entre os jovens de 14 a 24 anos, o
valor médio das taxas de desemprego trimestrais subiu de 20%, em 2015, para
27,2%, em 2016. Entre os adultos de 25 a 59 anos e os mais idosos, acima de 60
anos, também houve elevação no valor médio das taxas de desemprego trimestrais
para o ano de 2016.

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Para os adultos, a variação das taxas de desemprego, entre
2016 e 2015, foi de 2,2 pontos percentuais, fechando o último trimestre de 2016
com a taxa em 9,1%. Para a população mais idosa, a variação foi de 1,1 ponto
percentual, chegando a 3,4%.

No recorte por regiões, o Nordeste apresentou as maiores
taxas de desemprego em 2016, chegando a 14,4% no último trimestre.

Com relação à escolaridade, a evolução mais significativa
foi registrada entre estudantes com ensino fundamental completo e médio
incompleto, com um crescimento de 4,7 pontos percentuais na taxa de desemprego
entre o quarto trimestre de 2016 e o mesmo período de 2015, quando a taxa
passou de 12,2% para 16,9%.

Os trabalhadores por conta própria mantiveram uma trajetória
de crescimento, com variação de 1,25% na média de 2016 em relação a 2015.

Os demais grupos registraram queda nos respectivos níveis de
ocupação, com exceção dos militares/estatutários, que cresceram 0,65% no
período analisado. Os trabalhadores com carteira e sem carteira assinada
apresentaram queda de 3,72% e 0,35%, respectivamente.

Cenário

Segundo o boletim, o “cenário de queda no nível de
atividade, em 2016, liderou o comportamento do mercado de trabalho, que teve
piora nos indicadores de ocupação e desemprego”.

Por outro lado, a informalidade e o rendimento do trabalho
apresentaram uma evolução “um pouco menos preocupante, sinalizando que o
processo de deterioração desses indicadores estaria perdendo fôlego”, segundo o
boletim.

O documento foi elaborado para avaliar o comportamento do
mercado de trabalho brasileiro em 2016, com base nos dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), considerando o desempenho nos últimos anos.

O instituto leva em conta ainda as informações da pesquisa
do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do
Trabalho.

O valor médio das taxas de desemprego trimestrais, em 2016,
foi de 11,51%, enquanto que, em 2015, a taxa foi de 8,52%. “O contexto
continuou sendo de queda no nível de atividade e de inflação elevada. Este
cenário ditou o tom do comportamento do mercado de trabalho naquele ano, que
registrou uma piora sensível nos seus principais indicadores, com destaque para
um aumento pronunciado da taxa de desemprego”, informa o boletim.

Remuneração

O rendimento real do brasileiro registrou um valor médio de
R$ 1.978 em 2016, queda de 2,5% comparado ao ano anterior. Os homens tiveram a
dminuição de 3,3% entre os anos de 2015 e 2016, enquanto as mulheres tiveram
perda de 1% no rendimento, no mesmo período.

Os mais jovens (14 a 24 anos) apresentaram a maior queda (de
3,6%) no rendimento médio real no ano 2016 em relação ao ano anterior. Os
adultos e os mais velhos também registraram queda no ano anterio, de 3,0% e
2,9%, respectivamente, em relação à média do ano de 2015.

O boletim aponta que a informalidade registrou taxas
semelhantes em 2016 e 2015, sem apresentar uma tendência de aumento ao longo de
2016.

Reversão de cenário

O boletim indica que os primeiros meses de 2017 apontam para
a reversão desse cenário e tem “encorajado os analistas a projetarem para esse
ano o fim do quadro recessivo no nível de atividade e inflação em queda”.
Segundo o Ipea, caso os prognósticos sejam confirmados, é possível que o
mercado de trabalho tenha tenha recuperação ainda este ano.

(Agência Brasil) 

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