Quinta-feira, 28 de março de 2024

Retorno presencial das aulas dobra trabalho de professores

Algumas unidades registraram poucos alunos no primeiro dia e incômodo dos estudantes com o uso da máscara

Postado em: 03-08-2021 às 09h03
Por: Daniell Alves
Imagem Ilustrando a Notícia: Retorno presencial das aulas dobra trabalho de professores
Algumas unidades registraram poucos alunos no primeiro dia e incômodo dos estudantes com o uso da máscara | Foto: Reprodução

O retorno presencial das aulas na rede estadual de ensino, ocorrido ontem (2), embora com poucos alunos, trouxe o dobro de trabalho para os professores. Isto porque todas as atividades  que foram destinadas aos alunos precisam ser feitas nos formatos de Ensino a Distância (EaD) e impresso, conforme explica Thiago Martins, professor do Colégio Estadual José Alves de Assis, em Aparecida de Goiânia.

Segundo ele, o primeiro dia de aula foi marcado por poucos alunos, mas com muitas mudanças. Entre as principais estão a rotatividade dos alunos e a obrigatoriedade de máscara. “Tivemos que ficar pedindo para os alunos não tirarem as máscaras. Muitos disseram que estavam incomodados com as mesmas e, por isso, queriam retirá-las”, revela. 

Para o professor, o trabalho aumentou no mínimo 100%. “Agora temos aulas presenciais, EAD, tarefas impressas e digitais. E o pior que no Estado está ocorrendo mudanças de direção sem eleições e bem no retorno. Hoje, no nosso colégio mesmo, fomos informados que a Diretora será substituída”, afirma. Thiago reforça que os colaboradores da unidade não concordam com a substituição da professora e que o colégio tem nota alta no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) questionado a situação, mas não obteve retorno antes do fechamento da edição. 

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Neste primeiro momento, são esperados cerca de 265 mil alunos de volta às escolas goianas, que deverão seguir uma série de protocolos de segurança, informa a Seduc. De acordo com a pasta, o retorno será feito com a ocupação de até 50% da capacidade das escolas, por isso metade dos alunos voltam às salas. 

Em sistema de revezamento de alunos, haverá aulas presenciais e não presenciais, de forma complementar, para alcançar todos os estudantes. A prioridade de retorno presencial é para os estudantes sem acesso à internet, com dificuldades de aprendizagem e em vulnerabilidade social.  

Para regulamentar a volta às aulas presenciais na rede estadual, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) lançou, um julho de 2021, o Guia de Implementação do Protocolo de Biossegurança e Medidas Pedagógicas para Retorno às Atividades Presenciais que dá orientações de higiene e segurança, organização física das escolas e atuação pedagógica no regime híbrido de ensino. Foi lançado também o Guia de Possibilidades Pedagógicas, focado na educação híbrida.

Presencias preocupam Sintego

O Sindicato Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) afirma que ainda não seria a hora do retorno presencial. “Entendemos que não é hora ainda, pelo fato de que o nível de contágio está alto e as UTIs estão lotadas e, principalmente, a maior parte dos professores e administrativos das escolas ainda não terem tomado a segunda dose da vacina, ou seja, não estão completamente imunizados”, explica a presidente do sindicato, Bia de Lima.

A recomendação seria que o Estado esperasse pelo menos mais um mês e meio. “Sem a segunda dose é um risco muito grande  e não queremos que isso aconteça tanto por parte dos profissionais quanto dos estudantes. As medidas sanitárias tomadas são necessárias, mas é preciso a imunização completa”, reforça ela. (Especial para o Hoje)

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