Cerca de 600 amostras da Capital serão analisadas para detectar variante Delta

Até o momento, cinco casos da variante indiana foram confirmados em Goiás

Postado em: 05-08-2021 às 08h45
Por: Daniell Alves
Imagem Ilustrando a Notícia: Cerca de 600 amostras da Capital serão analisadas para detectar variante Delta
Até o momento, cinco casos da variante indiana foram confirmados em Goiás | Foto: Reprodução

Um laboratório de São Paulo foi contratado pela Prefeitura de Goiânia e fará a análise de pelo menos 600 amostras para detectar se a variante delta está em circulação na Capital. Isto porque a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ainda não realiza esse tipo de monitoramento de forma frequente. Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Yves Mauro Ternes, a empresa deve realizar o sequenciamento genético de 50 amostras positivas por semana. 

“Dentre elas pacientes com casos graves ou leves para verificar como está a circulação de novas variantes”, diz. Ele explica que a medida é para saber se há novas variantes e/ou transmissão das mesmas. “É importante ter esse monitoramento. Nesta semana já enviamos cerca de 50 amostras para o laboratório para ter uma resposta”, informa. 

Em Goiás, até o momento, são cinco casos confirmados da variante delta. “Todos foram importados e não há transmissão comunitária. As pessoas não tiveram contato com essa nova variante aqui no município. Estamos monitorando os contactantes e enviamos as amostras para o Lacen, que encaminha para o Rio de Janeiro”, afirma o superintendente. 

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Alerta

O alerta máximo é na Região do Entorno do Distrito Federal, diz a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do Estado (SES), Flúvia Amorim. “Agora é praticamente impossível a gente impedir a transmissão comunitária no Estado. Mas o que a gente pode e deve fazer é monitorar qualquer caso. Fazer sequenciamento genômico para ver a dispersão dessa variante e o impacto que ela vai trazer”, esclareceu a superintendente.

Dos cinco casos registrados, um tem histórico de viagem internacional e o outro é de um contato desta pessoa. Os outros dois casos são de pessoas que tiveram contato com moradores do Distrito Federal, que também registraram contágio pela variante. Estes quatro casos são de pessoas que moram em Goiânia. O quinto caso é de um morador de Santo Antônio do Descoberto. Outros dois casos estão sendo investigados em Anápolis.

Primeiro registro 

A variante delta do coronavírus (linhagem B.1.617.2), que foi identificada pela primeira vez na Índia, foi encontrada em Goiânia em uma jovem de 18 anos. A mutação foi detectada em amostra da paciente e o caso foi comunicado em junho à SMS da Capital para que fossem realizadas as ações de vigilância e tomadas as providências para o rastreio de contato.

O sequenciamento genético foi realizado pela equipe da bióloga Mariana Pires de Campos Telles, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC Goiás) e da Universidade Federal de Goiás (UFG), que coordena uma pesquisa sobre o “Mapeamento das variações genéticas do Coronavírus (Sars-Cov-2) em Goiás”.

O sequenciamento genômico foi realizado em 62 amostras coletadas em Goiânia, em diferentes datas. Neste conjunto de amostras, também foi identificada a variante gamma, conhecida como P1, já encontrada em sequenciamentos anteriores. A pesquisadora Mariana Telles explica que o sequenciamento é uma ferramenta importante no monitoramento da evolução do genoma do vírus e da sua dispersão em uma epidemia. 

“Essas informações são importantes para traçar a velocidade com que o vírus tem acumulado mutações ao longo do tempo e se modificado, a velocidade com que tem se espalhado, além de outras informações relevantes para as tomadas de decisão do poder público”, explica. Ela ressalta a necessidade de manter as medidas de segurança e a urgência em vacinar o maior número possível de pessoas.

Mais perigosa

A variante delta é mais infecciosa do que as outras mutações do coronavírus difundidas anteriormente. Testes de laboratório sugerem que ela se multiplique mais no organismo, e estima-se que o risco de infectar membros da própria família seja 60% maior, de acordo com uma análise divulgada pela autoridade sanitária britânica Public Health England (PHE). O que aumenta o risco para pessoas imunizadas apenas com a primeira dose da vacina. (Especial para O Hoje).

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