Aterro sanitário de Goiânia deve ser ampliado

Descarte >> Para especialista, tempo de vida do aterro já pode estar próximo do fim

Postado em: 20-05-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Descarte >> Para especialista, tempo de vida do aterro já pode estar próximo do fim

Localizado às margens da GO – 060, o aterro sanitário, fundado em 1993, possui cerca de 450 metros quadrados e recebe em média 45 mil toneladas de resíduos sólidos por mês. Conforme a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), uma rede de alta tensão, ao lado do aterro tem impedido a expansão do destino do lixo recolhido na capital. Em um local amplo e de acordo com as exigências legais, o aterro sanitário de Goiânia já está com a capacidade de lotação acima de 70%.

“Temos hoje mais ou menos três anos de capacidade do aterro. Caso retiremos a fiação, será possível ampliar a capacidade para recebermos o lixo. Assim teremos aterro para mais 30 anos”, explica o presidente da Comurg, Denes Pereira. Como solução imediata, a Comurg fará no decorrer da nova gestão a remoção da rede de alta tensão que passa ao lado do terreno.

Atualmente a Companhia realiza o monitoramento do espaço por 24 horas diárias. O que segundo Denes, por meio de um levantamento preliminar, garante um aterro moderno e seguro. 

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A Companhia já iniciou a organização de um processo para solicitação de uma empresa ambiental – responsável por um laudo detalhado a respeito do aterro de Goiânia. “O laudo determinará o que deve ser feito. Assim como a retirada da rede de alta tensão, de forma rápida. Estamos levantando a real situação do aterro”.

De acordo com Denes, após o estudo, a rede de alta tensão será removida em parceria com a Celg ou pela própria Comurg. “Sem a Celg teríamos que abrir uma licitação. É justo a Celg entender que também é uma questão de estado”, disse.


Tramento

Núbia Natália de Brito, professora do Instituto de Química (IQ – UFG), conta que de forma geral, um aterro sanitário é projetado para um tempo de vida estimado em 15 a 20 anos. “Após esse tempo o mesmo tem que ser desativado e fica impossibilitado para utilização ou construções”, explica a professora. A solução para o espaço é a utilização como área de reflorestamento. “Mesmo após sua desativação o aterro continuará a produzir resíduo liquido denominado de percolado (chorume) por cerca de 50 anos”.

Para a especialista, os resíduos sólidos gerados pela sociedade moderna e consumista também são preocupantes quanto à vida de aterros sanitários. O processo industrial e o crescimento agrícola, somado ao crescimento populacional aumentam a quantidade de resíduos sólidos. “Os aterros recebem esses resíduos. O local então é impermeabilizado com materiais resistentes e os resíduos sólidos são alocados em celas de controle”, aponta sobre o risco. “Em geral, os gases gerados a partir da decomposição são queimados, mas podem ser canalizados para serem reaproveitados como fonte de energia”, complementa.

A professora adjunta do Instituto de Estudos Sócio Ambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Karla Maria Silva de Faria diz que caso o aterro de Goiânia continue a receber mais lixo, a prática irá contra as políticas pensadas para o tratamento de resíduos. “O que envolve a coleta seletiva. Deve-se pensar em readequar os espaços destinados a aterros para que tenham tempo de vida expressivo”, sugere a especialista.  

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