Mercado e consumidores resistem ás compras on-line

Goiânia resiste à tendência de grandes capitais. Para especialistas o modo de compra é cultural e pode se tornar tendência futura

Postado em: 20-05-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Goiânia resiste à tendência de grandes capitais. Para especialistas o modo de compra é cultural e pode se tornar tendência futura

Wilton Morais 


Uma pesquisa realizada pelo site de compras programadas Superlist.com revela que 69% dos brasileiros não vêem problemas em realizar suas compras no supermercado. Mesmo com o advento tecnológico e com a possibilidade de comprar inúmeros produtos pela internet, por meio dos e-commerces.

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Em Goiânia, a situação não é diferente. A aposentada Maria José explica a preferência ao escolher produtos que não são alimentícios. “Serve para sair um pouco, às vezes nem compro nada. Em outros momentos, já comprei coisas por meio da internet, uma lavadora. Mas mantenho a preferência por ir ao supermercado”, contou. 

Quando se trata de produtos alimentícios, até o momento apenas um único supermercado realiza a venda por meio do e-commerce na capital goiana. A falta desse tipo de venda apenas mostra uma cultura que ainda não se faz presente em Goiânia como em outras cidades. Apesar disso, a cozinheira Beatriz Souza, que possui preferência por pegar no produto, acredita na maior possibilidade de compras virtuais. “Seria mais fácil, e teria um bom mercado. Mas atualmente só compro no supermercado”, disse a cozinheira.

Lojas físicas 

A mesma pesquisa do Superlist aponta que dos entrevistados, 52,2% possuem prazer em ir à loja física. Mesmo com 12% dos entrevistados dizendo que não se sente satisfeito empurrando carrinho. Para o especialista em gestão de pessoas e graduado em administração de empresas Vanderlei Vilarino, comprar em supermercado é uma questão cultural. 

De acordo com o especialista, em cidades da África do Sul, onde a população tende a ser mais receptível uns com os outros, a escolha por produto no supermercado é preferível. “O grande problema é escolher o item e não a marca, na compra pelo e-commerce. Pode chegar um produto que talvez não se tenha a preferência. O prazo de vencimento pode ser muito próximo. Isso faz com que o consumidor fique descontente também”, considerou.

A aposentada Maria Gomes Franca, possui hábitos que revelam a concordância. “Eu gosto de olhar, tocar o produto. Tenho preferência pelo ‘Melão do Rei’. Online eu não teria essa opção”, comparou a aposentada.

Resistência

Os supermercados possuem uma vasta variedade de produtos. Mas, na área de eletrônicos a disponibilidade dos produtos é desproporcional. Conforme Vilarino, o público que procura esse tipo de produto, geralmente é jovem. “[Que possuem] mais facilidade para comprar virtualmente. Escolhem e faz a compra. Já quando se trata de produtos de limpeza ou hortifruti, a tendência é que o consumidor vá para o mercado”, argumentou. 

O deslocamento também é considerado pelo consumidor na hora da compra. “Em São Paulo são cinco aplicativos como o Uber, por exemplo. Para evitar à falta de mobilidade as pessoas preferem comprar pelo e-commerce”. 

Mercado

A gerente de marketing de uma rede de supermercados de Goiânia, Maria Emília Fernandes, considera que produtos frescos recebem a preferência de escolha por parte do consumidor na loja física. “Até chegar, podem acontecer atrasos. As pessoas não querem correr o risco”, afirma a gerente.

Mas quando se trata de produtos como arroz e leite, o consumidor procura preços mais em conta. “A pessoa vai atrás de promoção, geralmente são um ou dois dias de duração. Para garantir a compra, o cliente prefere ir à loja também”, argumenta. Questionada se Goiânia poderia seguir a tendência dos e-commerces, Maria Emília respondeu que nada impede. “Mas a cidade ainda é tradicional, gosta de pesquisar e pegar no produto”, complementou.  

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