PC indicia agentes por facilitarem fuga de presos

Fuga de presos alerta para melhores condições de segurança em cadeias de Goiás. Para a Polícia Civil, funcionários de complexo prisional podem pegar mais de um ano de prisão

Postado em: 30-05-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Fuga de presos alerta para melhores condições de segurança em cadeias de Goiás. Para a Polícia Civil, funcionários de complexo prisional podem pegar mais de um ano de prisão

Wilton Morais

A Polícia Civil de Inhumas concluiu, ontem (29), inquérito policial que aponta o indiciamento de um agente prisional e dois vigilantes penitenciários temporários, que teriam auxiliado a fuga de presos em outubro do ano passado. O crime aconteceu no complexo prisional de Inhumas. À época, seis presos fugiram da Agência Prisional.

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Entre os supostos envolvidos, por facilitar a fuga, estão o agente prisional Eliomarck Gonçalves Vieira e os vigilantes penitenciários temporários Ronaldo Julio Bruno e Priscila Mayana de Morais Santos. Todos são indiciados nas formas dolosa e culposa, por promover e facilitar a fuga de pessoa presa ou legalmente submetida à medida de segurança detentiva. 

Para o agente prisional, a pena pode variar de dois a seis anos. Já para os vigilantes, a prisão pode ser de três meses a um ano. Para Eliomarck a pena pode ser maior, pelo fato do agente prisional ser o suspeito principal, por auxiliar a fuga dos presos. 

No dia da fuga, os agentes prisionais não teriam realizado a chamada dos presos. O que contribuiu para que os detentos serrassem as grades da cela, executando a fuga. Para concluírem, os detentos fugiram em um Honda City, e após um tempo, conforme testemunhas mudaram para outro carro de cor vermelha. 

Todos os foragidos são considerados de alta periculosidade, por terem cometidos crimes como homicídio. Dos seis, quatro foram recapturados. A Polícia Civil, após a conclusão do inquérito, encaminhou ofício a Secretaria de Segurança Pública, para que seja instaurado processo disciplinar, contra os agentes e vigilantes que facilitaram a fuga. Além disso, o Ministério Público foi acionado para verificar suposto ato de improbidade administrativa.

Motim serviu para acobertar nova tentativa

No último domingo (28), desta vez no Complexo de Delegacias Especializadas, no Setor Cidade Jardim, em Goiânia, detentos realizaram um motim para tentar fugir. Após saírem de suas celas e se dirigirem ao pátio, os presos tentaram abrir um buraco na parede que dava acesso à rua. Os detentos foram transferidos para o Complexo Prisional, em Aparecida de Goiânia. 

Sem êxito, e devido ao apoio de militares do Batalhão de Choque, da Rotam, e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), nenhum dos detentos conseguiu fugir. Ao todo cerca de 80 detentos saíram das celas, quando o motim se iniciou. A tentativa de fuga foi flagrada por agentes prisionais responsáveis pela segurança do prédio. Colchões e roupas foram incendiados pelos detentos, que demoraram a se entregar. 

De acordo com a Polícia Civil, dos 77 presos recolhidos na unidade, 57 pertencem a comarcas de Pirenópolis, Bonfinópolis, Leopoldo de Bulhões. Alguns dos quais, já estavam em cumprimento de pena. Após o acontecimento, a cela da Delegacia de Capturas deverá passar por avaliação de um engenheiro civil e posteriormente por uma reforma. 

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