Justiça prorroga mandados expedidos na Operação Multigrana

O prazo de cinco dias das ordens de prisão venceria neste fim de semana, todavia, o Judiciário acatou argumentação do Ministério Público (MP-GO) sobre necessidade de manter as medidas

Postado em: 30-05-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O prazo de cinco dias das ordens de prisão venceria neste fim de semana, todavia, o Judiciário acatou argumentação do Ministério Público (MP-GO) sobre necessidade de manter as medidas

No último sábado (27), a justiça prorrogou quatro mandados de prisão temporária expedidos na primeira fase da Operação Multigrana, que investiga a atuação de organização criminosa instalada na Agência Municipal de Turismo (Agetul). O dinheiro desviado tinha origem na venda de ingresso nos Parques Multirama e Zoológico. “Quando o ingresso era entregue na catraca e inutilizado, rasgado, eles tinham que usar os ingressos duplicados e vendiam de novo”, pontifica o promotor Ramiro Carpenedo Netto. 

O prazo de cinco dias das ordens de prisão venceria neste fim de semana, todavia, o Judiciário acatou argumentação do Ministério Público (MP-GO) sobre necessidade de manter as medidas. Com comprimento de outros quatro mandados de prisão temporária na última sexta-feira (26), na segunda fase da operação, já chegam a oito o número de investigados na ação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-GO e pelo Centro de Inteligência. 

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A primeira etapa da operação aconteceu no dia 23 deste mês, quando foram cumpridos, além de mandados de prisão, cinco mandados de condução coercitiva e 12 de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. No dia 26, porém, o MP cumpriu ainda outros dois mandados de busca e apreensão.

“Você tinha alguém na bilheteria já direcionado para pegar o ingresso, repassar o ingresso feito em duplicidade, alguém na catraca para receber o ingresso. […] Essas pessoas que estavam naqueles pontos recebiam valores em dinheiro e outras ainda ficavam com um pouco do que era arrecadado para elas. A maior quantia ia para os chefes da organização criminosa”, esclareceu Ramiro.

Desvios

De acordo com o promotor Ramiro Carpenedo Netto, em um domingo deste mês foi registrado arrecadação de R$ 3 mil. Cerca de 15 dias depois, porém, a Agetul tomou medidas administrativas para conter a organização. 

“A gente tem uma estimativa inicial de desvio de R$ 60 mil apenas no Mutirama por final de semana. Material apreendido vai para área técnica para ter uma estimativa mais científica. A gente vai poder falar, com certeza, na casa de milhões. O total desviado deve chegar de sete a oito dígitos”, afirma o promotor. 

Ramiro também salientou que os membros da organização eram pessoas que tinham vínculos políticos com gente do alto escalão do grupo. “Tem influência política de lideranças políticas locais”. (Marcus Vinícius Beck)  

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