Advogada afirma inocência de jovens suspeitos em assassinato de DJ, em Goiânia

Marcus Vinícius Beck

A advogada Lorena Paixão nega que adolescentes apreendidos pela morte de Elpídio Quirino dos Santos, de 41 anos, tenham se envolvido com assassinato que ocorreu em Goiânia. Mas a Polícia Civil (PC) garante que a garota que é filha da vítima e, juntamente com o namorado, de 15 anos, confessaram o homicídio. Marco Aurélio Euzébio, delegado responsável pelo caso, confirma a acusação. 

Segundo Lorena, os adolescentes são inocentes e a apreensão deles é “ilegal e nula”. Ela já entrou com pedido de habeas corpus para que os menores sejam soltos. Para a advogada, a ação da Polícia Civil aconteceu com propósito de encontrar um “bode expiatório” do caso, nem que para isso fossem usados métodos ilegais e violentos. 

“Não existem provas. Os depoimentos foram obtidos sob tortura. Através de boatos, a polícia criou uma versão fantasiosa em cima disso. Não há provas. A Polícia Civil cometeu crime nesse inquérito. A busca, a qualquer custo, de um bode expiatório. O que estou falando eu tenho provas”, diz. 

Nesta segunda-feira (29), o caso foi apresentado pela polícia e, segundo investigação, a garota alegou ter sido vítima de abuso do pai. Com o intuito de defender-se das agressões, ela teria combinado o crime com o namorado. Marco Aurélio disse que o casal confessou participação no assassinato durante depoimento em abril, cinco meses após o crime. 

Casal sofre tortura

Lorena afirma que nas duas situações o casal foi vitima de torturas. “Foi tortura psicológica, com ameaças do tipo ‘se você não se entregar, você vai morrer, sua mãe vai ser presa’. Já no dia 16 foi tortura física”, diz a advogada, que nega a versão apresentada pelo delegado de que a menor teria roubado mais de R$ 5 mil do pai para que o namorado comprasse uma arma e organizasse o crime. 

O delegado Marco Aurélio Euzébio, porém, negou as acusações. Disse que agiu dentro da legalidade, e que já apresentou defesa ao Ministério Público (MP) sobre as acusações. “É uma mentira danada. Quero vê-la provar isso. É invenção para conseguir a liberdade dos adolescentes”, garante. 

Euzébio explicou que durante depoimento em que confessou o crime, o casal estava acompanhado de familiares e Lorena. “A mãe dela estava na delegacia, mas não acompanhou o depoimento da filha porque, naquele momento, ela era investigada pelo crime também. Então tive que nomear um curador, pois era um caso específico”, afirma.

A representação contra o delegado foi feita pelo Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP). Promotor responsável pelo caso, Leandro Murata afirmou que documento de denuncia contra Euzébio ainda está sendo analisado. 

Crime

Assassinado no dia 25 de novembro do ano passado, o Dj Quirino estava em frente à casa de sua mãe, na Vila Boa Sorte, no momento em que foi alvejado. Ernane de Oliveira Cazer disse que as informações preliminares apontavam para o criminoso que se aproximou de Quirino e anunciou voz de assalto.