Dependentes químicos eram vítimas de tortura

Wilton Morais

A Polícia Civil, por meio da 15ª Delegacia Distrital De Policia (DDP) de Goiânia, realizou ontem (1º) a “Operação Resgate”. A equipe encontrou em duas clínicas de reabilitação, a Renascer e Nova Vida, que funcionavam em mesmo lote, dependentes químicos em condições de tortura física e psicológicas. O ambiente que seria para a reabilitação era de agressões. A clínica possuía administração de pai e filho. 

O delegado Eduardo Gomes constatou nas clínicas a presença de equipamentos de tortura. Entre os quais os policiais constataram que os internados sofriam com choques elétricos, castigos em quartos escuros, agressões com cassetete de madeira e uso irregular de medicamentos. Conforme Gomes, o caso veio à tona por causa de denúncias de dois internos.

Após conseguirem contato com seus familiares, os denunciantes haviam se dirigido a delegacia para registrarem um boletim de ocorrência. 

A clínica Renascer era mantida por Agápio Souza Magalhães, que se apresentava para os internos como pastor. Havia 33 homens internados na clínica, que possuía alvará de funcionamento. Já a Nova Vida, para onde eram enviadas as mulheres, havia 23. A Nova Vida era administrada pelo filho de Agápio e funcionava de forma irregular.

Ao todo, estavam internadas 55 pessoas, destes 90% estavam no local de forma ilegal, pois foram internados de forma compulsória. Duas pessoas foram autuadas pelos crimes de cárcere privado e organização criminosa. 

O proprietário da clínica Agápio fugiu do local no momento da movimentação policial. Apesar disso, as investigações continuam, com o objetivo de localizar e prender o proprietário do local. A esposa e o filho dele, que administra a Nova Vida, foram detidos.

Foragido 

Entre os internos, a Polícia cumpriu um mandado de prisão de um homem, pelo crime de estupro de vulnerável. O homem estava foragido da Justiça e se encontrada internado na clínica.