Sem chuvas, Rio Meia Ponte fica a um passo do racionamento

O rio está a um nível do estabelecido pelo Plano de Racionamento para implantação do rodízio de abastecimento na Grande Goiânia

Postado em: 07-09-2021 às 08h39
Por: Maiara Dal Bosco
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O rio está a um nível do estabelecido pelo Plano de Racionamento para implantação do rodízio de abastecimento na Grande Goiânia. | Foto: Reprodução

A Bacia do Rio Meia Ponte está no Nível Crítico III há 5 dias, com uma vazão média diária de 2.714 l/s (litros por segundo). Dessa forma, o rio está a um nível do estabelecido pelo Plano de Racionamento para implantação do rodízio de abastecimento na Grande Goiânia, o mínimo para abastecimento do sistema deste rio é de 2 mil litros por segundo.

Na última semana o Meia Ponte já havia chegado ao nível Crítico II. A mudança ocorreu após leituras das vazões nos horários das 7h e 17h, observadas no Ponto de Controle nos últimos sete dias, consequência de 81 dias sem a ocorrência de chuvas na região. Agora, há 84 dias sem chuva na cabeceira do rio, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) alerta sobre as medidas a serem tomadas diante do nível de criticidade atingido.

Segundo a pasta, com a ocorrência do Nível de Criticidade 3, serão adotadas diversas providências para o enfrentamento da crise hídrica em Goiânia, conforme estabelecido na Deliberação nº 017/2021 de 20 de abril de 2021, do Comitê de Bacia do Rio Meia Ponte. Entre as medidas estão a redução em 50% das vazões de captação dos usuários de águas subterrâneas, bem como dos usuários de águas superficiais captadas diretamente nos cursos d’água a montante do ponto de controle, outorgados ou dispensados de outorga (detentores de declaração de uso insignificante), para todas as finalidades de usos, exceto para abastecimento público e dessedentação animal.

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Além disso, também haverá a redução gradativa da vazão de captação para o abastecimento público da Região Metropolitana de Goiânia (RMG) até mil l/s, com a vazão remanescente a jusante do ponto de controle podendo chegar até o mínimo de mil l/s. As medidas incluem ainda a ampliação da articulação para campanha sobre uso racional da água, bem como a continuação da divulgação da situação da Bacia à sociedade e usuários de água, por meio dos meios de comunicação e das mídias sociais

Segundo a Semad, também serão contínuas as reuniões com os usuários de água da bacia, de forma articulada com as prefeituras, associações de produtores rurais e outras entidades de interesse que atuam na bacia hidrográfica, bem como as campanhas de fiscalização e orientação aos usuários de água.

Para se ter uma ideia, o Meia Ponte ultrapassou os níveis de atenção, de alerta, críticos 1 e 2, nos quais a vazão de escoamento, são respectivamente menor ou igual a 12.000 l/s, 9.000 l/s, 5.500 l/s e 4.000 l/s. O nível Crítico 4, por sua vez, é atingido se a vazão de escoamento for menor ou igual a 2.000 l/s.

Outubro

Segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas (Cimehgo), o Meia Ponte deve permanecer em nível crítico até outubro. A previsão é de que as chuvas só sejam registradas a partir da segunda quinzena do referido mês. De acordo com o Cimehgo, em 2019 e 2020, mesmo com a estiagem prolongada, aumento do consumo e contexto da pandemia, o abastecimento foi regular, devido ao conjunto de ações executadas. A Capital é atendida por dois sistemas produtores: Meia Ponte e Mauro Borges. Cada um deles abastece determinadas regiões da cidade. (Especial para O Hoje)  

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