Bloqueios perdem força e caminhoneiros cancelam atos

Após protestos, rodovias federais em Goiás não têm mais pontos de bloqueio

Postado em: 10-09-2021 às 09h07
Por: Maiara Dal Bosco
Imagem Ilustrando a Notícia: Bloqueios perdem força e caminhoneiros cancelam atos
Após protestos, rodovias federais em Goiás não têm mais pontos de bloqueio | Foto: Reprodução

O bloqueio de rodovias iniciado na última quarta-feira (08) por caminhoneiros, em manifestações de apoio aos atos realizados a favor do governo Bolsonaro perdeu fôlego ontem (09). Em Goiás, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou, ainda pela manhã, ao menos três novos pontos de manifestações nas rodovias federais no Estado. Ao final da tarde a PRF comunicou que não existiam mais pontos de bloqueio nas rodovias federais do Estado.

Ao longo da tarde, a PRF informou que ainda restava um ponto de concentração de veículos de carga na BR-153, em Uruaçu. Entretanto, informou ainda que a movimentação já estava sendo dispersada no local, com trânsito livre para cargas perecíveis, carros de passeio, transportes de passageiros e emergências, sem interdição de fluxo. A PRF garante que está monitorando os quase 3 mil quilômetros das respectivas rodovias, e que até o fechamento desta edição, o trânsito fluía normalmente. “A PRF está acompanhando e monitorando as movimentações, conseguindo a liberação de todos os pontos onde havia bloqueios”, diz o comunicado.

Bloqueios em Goiás

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Na manhã de ontem (09), Itumbiara, na região Sul de Goiás, registrou bloqueio parcial da via, efetuado por caminhoneiros nos trajetos entre Goiânia e Minas Gerais, o que deixou apenas uma faixa liberada para a circulação de carros de passeio, cargas perecíveis, emergências e transporte de passageiros. Já no Norte do Estado, em Porangatu, também foi registrado ponto de manifestação por parte de veículos de carga. Ainda durante a manhã, os pontos de manifestação ocorreram na BR-153, nas regiões Norte e Sul de Goiás, na BR-040, em Cristalina, no Entorno do DF, e na BR050, em Campo Alegre de Goiás, no Sul do Estado. A PRF informou que, no Estado houve ainda bloqueios parciais em Santa Rita do Araguaia.

Já na quarta-feira (08), foram registradas manifestações em Itumbiara (BR-153), Porangatu (BR-153), Mineiros (BR-364), Santa Rita do Araguaia (BR-364), Campo Alegre de Goiás (BR-050), Luziânia (BR-040) e em Caçu (GO-206).

Posicionamento

Ao O Hoje, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Goiás (Sinditac), Vantuir Rodrigues, afirmou que as manifestações não tiveram relação com a categoria. “Somos contra [as manifestações]. A pauta deles não nos interessa, as manifestações estão sendo feitas pelo agronegócio, que está querendo destituir o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)”, afirmou.

Segundo o presidente do Sinditac, as manifestações atrapalham a busca por direitos da categoria. “Atrapalha porque não tem nada a ver com a nossa categoria. Nossa agenda é diferente da deles, e estão usando a pauta como se fosse nós que estivéssemos fazendo a paralisação, quando na verdade o caminhoneiro autônomo briga pelo piso mínimo do frete e pela aposentadoria com25 anos de trabalho, uma demanda antiga da categoria”, declarou.

Brasil

À nível nacional, o Ministério da Infraestrutura informou a ocorrência de manifestações de caminhoneiros em 15 Estados na manhã de ontem (09). A PRF informou que, ainda pela manhã, foi registrada a liberação de 33 pontos de bloqueio/manifestações nas rodovias federais de todo o País, em ação que contou com o trabalho de aproximadamente dois mil policiais. De acordo com a PRF, não há coordenação de qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e que a composição das mobilizações é heterogênea, não se limitando a demandas ligadas à categoria.

Em um áudio direcionado aos caminhoneiros, com a autenticidade confirmada pelo ministro Tarcísio Freitas, o presidente Jair Bolsonaro pediu a desmobilização da categoria, de forma a evitar desabastecimento e mais inflação. “Fala para os caminhoneiros que são nossos aliados que esses bloqueios atrapalham, nossa economia. Isso provoca desabastecimento e inflação. Prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Dá um toque para os caras, para liberar, para a gente seguir a normalidade. Deixa com a gente em Brasília, aqui, agora. Não é fácil negociar e conversar por aqui com outras autoridades, mas a gente vai fazer nossa parte e vamos buscar uma solução para isso, tá ok?”, declarou o presidente. (Especial para O Hoje)

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