Quase metade dos adolescentes não usam preservativos

Na faixa etária entre 13 a 17 anos, 34,4% dos estudantes já se relacionaram sexualmente

Postado em: 15-09-2021 às 08h15
Por: Maiara Dal Bosco
Imagem Ilustrando a Notícia: Quase metade dos adolescentes não usam preservativos
Na faixa etária entre 13 a 17 anos, 34,4% dos estudantes já se relacionaram sexualmente | Foto: Reprodução

Em Goiás, 51,6 mil estudantes com idades entre 13 a 17 anos não fizeram uso de preservativo na primeira relação sexual, ou seja 47% desse público nessa faixa etária. É o que aponta a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Estado, 139.045 estudantes nesta faixa etária afirmaram já ter tido relação sexual alguma vez, o que representa 34,4% do total.

A pesquisa, que entrevistou estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio também demonstrou que a análise dos percentuais de iniciação sexual por sexo revela que 39,8% dos meninos já tiveram relação sexual, sendo que, destes, 43,7% o fizeram com menos de 14 anos. Na Capital, estes índices foram menores: 29,1% afirmaram que já tiveram relação sexual, e, destes, 34,3% afirmaram que a primeira vez foi com 13 anos ou menos. O uso de camisinha ou preservativo na primeira relação sexual foi uma característica de 62,9% dos estudantes em Goiás, sendo que meninas e alunos da rede privada foram os que registraram os maiores percentuais de uso, com 64,1% e 69,8%, respectivamente.

Contraceptivos

Continua após a publicidade

Mesmo mais cuidadosas com o uso de preservativo, em Goiânia, mais da metade das alunas que já tiveram relação sexual usaram pílula do dia seguinte alguma vez na vida, segundo o IBGE. O índice, de 56,3% é o maior entre as capitais do País. À nível estadual, 49,5% das adolescentes já fizeram uso do contraceptivo de emergência, sendo que as formas mais comuns para obtenção do medicamento em Goiás foram: 66,6% afirmou ter comprado em farmácia; 11,8% obteve em algum serviço de saúde e outros 9% obteve com o próprio parceiro sexual.

Já a pílula anticoncepcional foi o método contraceptivo – excluindo-se a camisinha ou preservativo, utilizado pela maioria dos entrevistados. Enquanto 56,4% declararam fazer uso da pílula anticoncepcional, a pílula do dia seguinte e o uso de injetável corresponderam à segunda e à terceira categorias mais utilizadas como método contraceptivo por 18,4% e 8,6% dos adolescentes, respectivamente. Esses três métodos foram utilizados na última relação sexual por mais de 80% dos adolescentes. Já o uso da pílula do dia seguinte tem aumentado nos últimos anos como método para evitar a gravidez, embora a sua indicação não seja de uso regular.

Contudo, o Ministério da Saúde (MS), por meio da Secretaria de Atenção à Saúde, destaca que as indicações da anticoncepção de emergência, como o uso da pílula anticoncepcional, por exemplo, são reservadas a situações especiais e excepcionais, não devendo ser usadas de forma planejada, ou previamente programada ou bem como substituir o anticonceptivo como rotina. De acordo com o MS, o objetivo da anticoncepção de emergência é prevenir gravidez inoportuna ou indesejada após relação que, por alguma razão, foi desprotegida. Além disso, a pasta destaca que, entre as principais indicações para o uso da anticoncepção de emergência, estão a relação sexual sem uso de método anticonceptivo, falha conhecida ou presumida do método em uso de rotina, uso inadequado do anticonceptivo e, ainda, abuso sexual.

Orientação

Os resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar permitem dimensionar ainda os diversos fatores de risco à saúde sexual e reprodutiva do escolar. Em Goiás, 76,6% dos escolares receberam orientação na escola sobre prevenção da gravidez e 86,3% receberam orientação na escola sobre HIV/AIDS ou outras Doenças/Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Nos dois casos, a rede pública apresentou dados melhores, com 77,1% dos seus alunos respondendo afirmativamente ao quesito orientação sobre prevenção de gravidez e 87% ao quesito orientação sobre doenças sexualmente transmissíveis, maior índice do País. Já na rede particular, os índices foram, respectivamente, 73,9% e 82,6%. (Especial para O Hoje)

Veja Também