Casais apaixonados celebram o amor

Amanda de Oliveira

Após registrar dois anos consecutivos de queda, a previsão para o comércio em 2017 é otimista. Em Goiás, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), a expectativa é de um aumento médio entre 4% e 5% em relação ao ano passado. “Apesar dos números ruins nos últimos anos, a queda das taxas de juro e a liberação do FGTS inativo colaboram com a alta na porcentagem”, afirma José Carlos Palma, presidente do Sindicato. 

O Dia dos Namorados é a terceira data mais relevante para o varejo brasileiro, atrás apenas do Dia das Mães e do Natal. O recente levantamento divulgado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que as vendas nesse ano devem injetar R$ 11,5 bilhões na economia em todo o país. Cerca de 61% dos brasileiros, 92 milhões de pessoas, presentearão alguém neste 12 de junho.

Pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Logistas de Goiânia (CDL) revelou ainda que os produtos de preferência dos casais são vestuários (28%), perfumes (21,9%), acessórios (9,4%) e flores (7,8%). Foi indicado que 58,8% das pessoas, cerca de 424 mil, pretendem presentear o companheiro(a) e 24,6%  que já definiram o presente deverão gastar em média R$ 203,86, valor que será pago majoritariamente em dinheiro (70,1%). 

Em tempos de instabilidade, os lojistas perceberam que foi necessário oferecer promoções aos consumidores e anteciparam as suas ofertas, já as direcionando para o Dia dos Namorados. De acordo com o presidente do Sindilojas essa estratégia permite que os clientes dividam o valor em até duas vezes. “Uma boa média para o empresário e ainda se adéqua ao bolso do consumidor, que consegue até mesmo dar um presente melhor”, declara Paulo. 

Apesar de considerar que sua situação financeira está pior esse ano, Rafael Gontijo, de 23 anos, pôde investir R$ 200 em um mimo diferente para a namorada. “Eu juntei dinheiro por alguns meses, já esperando a data. Subiu um pouco do orçamento, mas nada muito comprometedor”, declara Rafael, que vai presentear a companheira com um inovador buquê de maquiagem. Ele ainda pondera que é possível se programar. “Se for fazer a conta, uma ida no bar ou jantar fora por três meses já pagaria com folga o presente”, afirma.  

A pesquisa do Sindilojas Goiás também aponta que principalmente quem é casado tem a intenção de presentear nesta data “Isso é significativo, porque é um público que está empregado e por isso é mais estabilizado, representando um percentual maior que os solteiros, que muitos fazem parte dos 14 milhões não empregados”, declara Palma. 

A advogada Érika Nussio, de 40 anos, por exemplo, declara que mesmo em tempos de instabilidade, não abre mão de investir em um bom presente para o marido. Érika, que é cliente do sex shop Pimenta Pink, conta que adora valorizar sua vida sexual, por isso não pensa tanto no preço final. “Apesar da recessão, eu faço escolhas. Ao invés de sair para jantar, que está caro e as vezes o atendimento é péssimo, prefiro um jantar em casa e ir no sexshop, por exemplo”, afirma a advogada, que no Dia dos Namorados do ano passado gastou R$ 500 e esse ano vai viajar para Europa. 

Eduardo de Oliveira, 33 anos, também é advogado e optou por ir a um shopping de Goiânia para escolher o presente da noiva. Para ele, que optou por comprar uma jóia de R$ 300, não foi necessário preocupar com o quanto gastaria. “É claro que eu coloquei um limite, mas não previ o orçamento. O advogado relata que apesar de sua situação financeira ter diminuído do ano passado pra cá, não o impediu de comprar um presente bom porque ele procura economizar em outras situações. “Tive que entrar em um nível de segurança, estou esbanjando menos e procurando economizar com altos gastos no dia a dia”. 

Alternativas

Há ainda quem realmente decidiu economizar e procurar por alternativas na hora da escolha do presente. É o caso da psicóloga Camila Evangelista, de 26 anos, que planeja presentear o namorado com algo feito por ela mesmo e gastar apenas entre R$ 80 e R$ 100 com uma camiseta. “Ano passado eu estava trabalhando de carteira assinada e nesse eu me tornei uma profissional liberal, já que decidi me dedicar somente à clínica, então eu tive uma queda no orçamento”, explica. 

Já Débora Lourenço, assistente administrativa, optou por comprar um relógio em uma loja virtual, o que permitiu que ela gastasse menos que no ano passado.  “Eu decidi comprar pela internet primeiro pela praticidade e segundo porque encontrei o mesmo modelo que ele gosta por um preço mais barato que na loja física, mesmo com o valor do frete”, esclarece.